Os veículos elétricos, uma das bandeiras do combate às mudanças climáticas, não se dão bem com o calor extremo: um ‘pormenor’ que merece toda a atenção face às ondas de calor que se estão a tornar-se mais frequentes e intensas um pouco por todo o mundo.
No entanto, as altas temperaturas não são ‘kriptonite’ para os EV: um veículo elétrico, num clima quente, tem de trabalhar mais para manter a bateria e os passageiros frescos mas o carro vai funcionar bem. No entanto, a nível químico, o calor extremo é semelhante a uma doença cardíaca para as baterias – ou uma forma suave e lenta de cancro, apontou o site ‘Bloomberg’.
Isto porque, quando as temperaturas sobem, os íons da bateria aceleram, o que coloca problemas para se ligarem ao ânodo ou ao cátodo – a pressão e a velocidade podem criar pequenas rachas que vão retardar as reações químicas e reduzem a vida útil da bateria.
Em dias muito quentes, os íons de uma bateria EU giram mesmo quando o carro não está a ser utilizado e isso pode reduzir o alcance de forma irreversível. “O pior caso é realmente um carro ficar parado numa garagem sem ar condicionado durante todo o verão sem ser ligado”, apontou Scott Case, cofundador e diretor executivo da Recurrent, uma startup que gera relatórios de saúde da bateria para clientes e revendedores de veículos elétricos. “Isso vai ‘cozinhar’ a bateria muito rapidamente.”
No entanto, também o clima frio também afeta as baterias: quanto mais frio, mais lentas as reações químicas e menos carga é retida. Mas são perdas de curto prazo: na primavera, uma bateria no frio pode recuperar a sua função total ao passo que com o calor pode diminuir o alcance máximo perpetuamente.