A importação de ligeiros de passageiros tem vindo a aumentar de ano para ano, um fenómeno que se regista desde 2020. No primeiro semestre de 2023 foram importados 57.465 ligeiros de passageiros. Tendo em conta os períodos homólogos, tal corresponde a um aumento de 51% face ao pré-pandemia e de 18% face a 2022. Os dados são do estudo semestral do Standvirtual, portal líder do mercado automóvel.
Todos os meses do primeiro semestre de 2023 superam o volume de importação de ligeiros de passageiros do período homólogo dos anos anteriores. Esta tendência, já verificada em 2022, regista dois picos de importação de acontecem em ambos os anos, em março e maio. Em 2023, março registou mais de 11 mil e maio chegou aos 10 mil veículos ligeiros de passageiros importados.
No geral, 2020 foi o ano com valores mais baixos de importação, especialmente abril, maio e junho, quando esta esteve abaixo dos 4 mil ligeiros de passageiros importados por mês. No primeiro semestre de 2021, verifica-se já alguma recuperação, com a importação de cerca de 6 mil destes veículos por mês. No primeiro semestre de 2022, a importação mensal rondava os 8 mil veículos ligeiros de passageiros por mês, fixando-se entre 9 e 11 mil por mês no primeiro semestre de 2023.
Apesar de 2020 e 2021, anos de pandemia, terem registado um volume de importação inferior a 2019 no primeiro semestre, a partir de 2022 é possível verificar a tendência do aumento da importação, com 48.887 veículos importados no primeiro semestre desse ano.
“A importação cresceu devido à dificuldade de abastecer o mercado de usados a nível nacional, durante e após a pandemia. Prevê-se que possa agora existir abrandamento devido à recuperação do mercado de novos, que vai permitir a retoma de usados, sobretudo vindos das rent-a-car e frotas”, referiu Nuno Castel-Branco, diretor-geral do Standvirtual.
“Contudo, mesmo que a retoma de usados abasteça o mercado geral, poderá não conseguir abastecer o segmento médio/alto. A diminuição da procura, associada a um momento de inflação e diminuição da confiança do consumidor, também pode contribuir para baixar a importação”, finalizou.