A Accenture reuniu, por ocasião da IAA Mobility, as dez medidas essenciais que a indústria automóvel deve tomar para enfrentar os desafios que se avizinham, tendo por base o último estudo da Accenture “Absorbing disruptions”.
“O setor automóvel tem estado no centro do debate sobre a nova economia, os desafios da globalização e a corrida à descarbonização. Este setor, considerado um dos mais tradicionais e estáveis, tornou-se a principal indústria de mudança e transformação, tendo em conta a diversidade de desafios que enfrenta”, referiu Manuela Vaz, vice-presidente da Accenture Portugal.
E que desafios são esses? “A transformação digital do automóvel em todos os seus eixos, do produto ao serviço, a eletrificação, o impacto das economias globais emergentes, a proteção das cadeias de abastecimento condicionadas pela imprevisibilidade dos acontecimentos, a redução dos custos para ser mais competitivo e o objetivo da neutralidade carbónica”.
As empresas do setor automóvel estão a enfrentar uma volatilidade crescente que está a alterar a sua orientação estratégica. Os fornecedores do setor (OEM) têm de encontrar oportunidades para aumentar a sua vantagem competitiva.
As cadeias de abastecimento provaram ser altamente vulneráveis a perturbações internacionais. Como resultado, 76% dos executivos norte-americanos do setor automóvel afirmam agora que a disponibilidade e a rapidez são mais importantes do que o custo. No entanto, a decisão não deve ser tomada entre custo e disponibilidade. Além disso, face a economias globais imprevisíveis, os fabricantes de automóveis devem repensar a sua dependência de alguns mercados e fortalecer-se noutros, desenvolvendo novos níveis de flexibilidade e agilidade.
Acreditamos que estes dez passos podem ajudar os OEM a atingir este objetivo:
1) Combinar a oferta global e local, complementando as localizações de baixo custo com mais fornecedores locais para assegurar a flexibilidade e proporcionar uma proteção contra aumentos inesperados da procura.
2) Controlar os processos de valor acrescentado, afastando-se das “entregas just-in-time” e, em vez disso, gerir o inventário para se proteger contra perturbações.
3) Integrar verticalmente elementos-chave da cadeia de abastecimento, como o fabrico de baterias para automóveis elétricos.
4) Implementar ferramentas e soluções digitais em toda a cadeia de abastecimento para obter a máxima rapidez, eficiência e robustez.
5) Utilizar abordagens circulares, reduzindo, reutilizando e reciclando matérias-primas para melhorar o desempenho ambiental e proteger-se contra a volatilidade e a disponibilidade dos preços.
6) Tirar partido da tecnologia para criar experiências omnicanal que ofereçam aos clientes um percurso de vendas cativante, onde quer que estejam.
7) Criar células de fabrico flexíveis e automatizadas para alterar rapidamente o conjunto da produção, de modo a satisfazer as necessidades dos diferentes mercados e a evolução das exigências dos consumidores.
8) Construir sistemas através da regionalização de infra-estruturas digitais que respeitem as restrições locais em matéria de intercâmbio de dados e utilização de software.
9) Capacitar os líderes locais, adotando normas culturais e estilos de gestão locais, em vez de impor regras e práticas;
10) Decidir sobre uma maior flexibilidade e descentralização, utilizando dados prospetivos e abordagens analíticas para melhor prever a evolução futura.