A Audi A4 não é de todo um modelo recente mas incorpora muitas alterações efetuadas em 2020 que passaram por uma imensa renovação para o manter atual até aos próximos anos, seja ao nível exterior, aos faróis full led, painéis e, no interior onde, mantendo um tablier muito ao estilo da Audi e, germânico quanto baste, mudou a zona da consola central e o sistema de infotainment, onde o controlo do mesmo deixa de ser efetuado por um botão na consola central para ser no ecrã central.
Exteriormente, mantém um desenho que continua apelativo e que se vem perpetuando de geração em geração. Interiormente, continua a merecer elogios: o desenho, sólido e robusto, com materiais de qualidade e uma qualidade de construção elevada.
Mesmo não dispondo dos bancos desportivos que são opcionais, sentimo-nos bem sentados neste modelo, onde, desde cedo, se percebe que foi concebido para alguma diversão extra.
O Audi possui uma caixa de 7 velocidades de dupla embraiagem, com opção pela posição D ou S (desportiva), com patilhas no volante, a que se adiciona, por baixo do capot, o motor 2.0 diesel com 163 cavalos e mild-hybrid com a bateria alojada na bagageira.
E é hora de iniciar o ensaio.
Este motor a diesel traz saudades, mas, acima de tudo, é difícil perceber que é uma versão a gasóleo, tal a qualidade da insonorização e ausência de vibrações. Desde o arranque se percebe que este chassis está dimensionado para unidades muito mais potentes (40 TDI com perto de 200cv ou superiores). Tal é percetível em todos os domínios, mas fundamentalmente na forma extremamente competente como aborda cada curva e se agarra à estrada, onde somente no limite foge ligeiramente de frente.
Este compromisso entre eficácia e diversão sobressai a cada km, onde, mesmo assim, se reconhece um elevado nível de conforto, numa versão que até é desportiva.
Tal como quase sempre faço, existe um percurso predeterminado que me permite fazer autoestrada, cidade, estrada nacional e, assim, avaliar e comparar modelos, dentro do mesmo segmento! Com este modelo, por várias vezes tive, em autoestrada, mas sobretudo estrada nacional, de refrear os ânimos, dado que rapidamente atingi velocidades acima do espectável onde, não se nota minimamente tal situação.
Existe uma certa nostalgia no ensaio uma vez que este motor recorda sempre o 1.9 TDI que a Audi eternizou e que lançou há muitos anos, onde marcou uma geração, até mesmo pelos consumos frugais que conseguia.
O Audi de 2023 é mais eficaz a aerodinamicamente melhor, mas por questões de segurança e ambientais, é mais pesado e, com mais cavalos, mas, mesmo assim, consegui fazer médias até 6 l.
Foi um ensaio que deu prazer ser efetuado numa era em que só falamos de elétricos e automóveis a gasolina. Talvez, dos meus 56 anos venha esta nostalgia de voltar a conduzir um diesel, algo raro nos dias de hoje, mas onde encontrei um modelo extremamente competente, eficaz, com bom comportamento, confortável e com um preço a rondar os €65.000.