Sabe quantos quilómetros teria de percorrer para pagar um veículo com um motor alternativo aos de combustão? De acordo com os espanhóis do OCU (‘Organización de Consumidores y Usuarios’), até 2035 – quando deixarão de ser vendidos na União Europeia carros a gasolina e a diesel – a questão vai tornar-se progressivamente mais pertinente, sobretudo se se levar em linha de conta as várias alternativas atualmente disponíveis: híbridos não plug-in, híbridos plug-in, elétricos puros, combinados com gasolina e GPL, até modelos a hidrogénio (embora estes ainda sejam muito raros).
A decisão é do consumidor: escolher a tecnologia que melhor se adapta às nossas necessidades. Cada versão tem os seus prós e contras e um bom exercício é calcular o custo por quilómetro de cada veículo, embora não seja fácil: é necessários avaliar uma série de custos fixos, que são independentes da quantidade de quilómetros percorridos (como custo de aquisição, seguros e impostos), e custos variáveis, que dependem da utilização do veículo (como manutenção ou combustível).
De acordo com a associação de consumidores em Espanha, uma análise ao custo do combustível ou eletricidade de cada tipo de motor deixa número sobre quantos quilómetros são necessários para pagar cada tecnologia. Foi levado em consideração o custo de combustível a cada 100 mil quilómetros tendo por base o consumo de um carro de tamanho e potência médios.
Estes foram os valores de referência tomados pelo OCU: Gasolina: 1,63 euros por litro; Gasóleo: 1,48 euros por litro; GPL: 0,95 euros por litro; Eletricidade: 0,2 euros por quilowatt-hora (kWh). Para a associação, os modelos híbridos plug-in estimou-se que a utilização seja de 70% com eletricidade e 30% com gasolina, e nos automóveis com motores bicombustíveis gasolina-GPL foi assumido 100% de utilização com GPL.
A conclusão apontou que a tecnologia mais cara a longo prazo é a do motor a gasolina. Veja os números:
Gasolina: custo do combustível a cada 100 mil quilómetros – 12.250 euros;
Gasóleo: diferença de preço do veículo para um semelhante a gasolina – mais 2 mil euros. Custo do combustível a cada 100 mil km: 8.900 euros. Quilómetros a partir dos quais é amortizado o custo extra: 75 mil quilómetros.
Híbrido não plug-in: mais 2 mil euros face a um modelo a gasolina. Custo do combustível a cada 100.000 km: 6.400 euros. Quilómetros a partir dos quais o custo extra é amortizado: 55.000 km.
Híbrido plug-in: mais 4 mil euros. Custo do combustível: 4 mil euros. Quilómetros a partir dos quais é amortizado o custo extra: 70 mil quilómetros.
Elétrico: mais 7 mil euros face a um veículo a gasolina: Custo do combustível a cada 100 mil km: 4 mil euros: Quilómetros a partir dos quais é amortizado o custo extra: 85 mil quilómetros.
Gasolina bicombustível+GPL: mais 700 euros em relação a um veículo a gasolina. Custo do combustível: 8.550 euros. Quilómetros a partir dos quais é amortizado o custo extra: 20 mil quilómetros.
Assim, de acordo com os cálculos da OCU, o veículo híbrido é o que mais demora para se pagar, depois de ultrapassar os 70 mil quilómetros; já a tecnologia de motores mais amortizada é o GLP, que se paga ao fim de 20 mil quilómetros – no entanto, a desvantagem é a gama limitada de veículos disponíveis.
Por último, os veículos com motor híbrido plug-in necessitam de 70 mil quilómetros para compensar, ao passo que os elétricos ‘ficam pagos’ após 80 mil quilómetros – isto se tiver um ponto de carregamento em casa pois se utilizar um carregador público o preço dispara.