Ensaio. Audi Q8 e-tron 55 S: Honrar a tradição, olhar o futuro

Esteticamente é difícil ficar indiferente ao desenho exterior do Q8 – pela imponência das suas linhas e pelo seu volume

Ensaio. Audi Q8 e-tron 55 S: Honrar a tradição, olhar o futuro

Com o Q8 e-Tron a Audi pretende posicionar-se no segmento premium dos SUV elétricos. Para isso, nada melhor do que esta última renovação que permitiu apurar muitas das qualidades da anterior geração.

Esteticamente é difícil ficar indiferente ao desenho exterior do Q8 – pela imponência das suas linhas e pelo seu volume – onde a linha estilística facilmente se percebe ser de um Audi, com a grelha dinâmica (gerida automaticamente na sua abertura), os para-choques mais pronunciados e envolventes, uma linha horizontal luminosa que se prolonga de farol a farol e, com vários apontamentos do para-choques pintados a negro que reforçam a exclusividade e o posicionamento desportivo que a marca lhe pretende dar.

Mas a zona dianteira possui também os faróis Led-matrix que não só permitem uma visão da estrada de grande nível e profundidade, mas sobretudo constituem um elemento de segurança importante, na medida em que o Q8 circula sempre em máximos e a gestão inteligente dos mesmos permite contornar os obstáculos (automóveis) sem ofuscar qualquer outro condutor que circula, no mesmo sentido ou em sentido oposto. É menos uma preocupação e mais um elemento de segurança que importa salientar e de extrema importância.

Convém também referir que a Audi procedeu a várias melhorias aerodinâmicas que se evidenciam na zona lateral, por exemplo, nas saias laterais existentes ou nas bonitas jantes negras que o mesmo possui. A traseira termina com faróis escurecidos, um spoiler para aumentar a eficiência e a carga aerodinâmica e, o deflector inferior na cor negra, que não é um elemento decorativo, mas está ali com um propósito: eficiência do Q8 em comportamento e aerodinâmica.

No seu conjunto, o Q8 Sportback visto de qualquer ângulo transmite – e não é fácil conseguir isto no desenho de um automóvel – robustez, elegância, sobriedade e desportividade. Todo um cocktail que a Audi soube criar. O interior mantém a qualidade típica da marca; leia-se elevada, seja na qualidade de construção como dos materiais, com bancos em tecido e pele, ergonomia, muito espaço interior e tecnologia. De salientar, o painel de instrumentos totalmente digital de boa legibilidade e usabilidade; o head-up display e os dois ecrãs centrais com botões capacitivos (necessário fazer pressão para o botão atuar)

Neste pacote tecnológico a Audi inova também ao apresentar os espelhos retrovisores por meio de câmaras, onde podemos visualizar a imagem exterior em dois ecrãs laterais nas portas. O sistema exige habituação, mas permite uma boa leitura da estrada e consegue que se perceba a profundidade dos veículos que se aproximam do Q8.

Com base nesta envolvência é altura de testar em estrada o elétrico da Audi.

O arranque emite o som característico dos elétricos para avisar os peões da nossa presença e este é realizado de modo suave e confortável (este é também um dos atributos do AUDI Q8) onde a suspensão inteligente, pneumática e ativa nos permite viajar muitos quilómetros sem qualquer queixa. Como o Audi possui vários modos de condução, sendo o mais apetecível o modo Sport ou o personalizado (onde também podemos, em qualquer momento regular altura da suspensão) facilmente se percebe que viajar vai ser um prazer.

Nota-se no Audi o peso do conjunto, mas não se nota que a altura mais elevada do SUV belisque o comportamento – desportivo – nem a precisão e envolvência da direção.

Em termos de autonomia consegui em autoestrada e estrada nacional com uma condução normal, sem a preocupação extrema dos consumos e, vários deslizes, efetuar 280 kms, ficando com uma autonomia ainda de cerca de 130 quilómetros (de recordar que é estrada nacional e autoestrada a drenagem das baterias é enorme pois raramente conseguimos regenerar a mesma).

Tratou-se de um modelo que apreciei ensaiar, pois no cômputo geral o Q8 contém tudo o que a Audi nos habituou – desportividade, conforto, comportamento, qualidade de construção, o fantástico sistema quattro (aqui com dois motores elétricos e quase 500 cavalos) – e um desenho intemporal que combina elegância com desportividade e rigor.

Cada marca tem sempre um fator mais diferenciador que, no caso em apreço é o sistema quattro, a que se adiciona neste modelo as câmaras dos espelhos retrovisores e o sistema de full Led Matrix. O Audi Q8 e-tron reúne todo um pacote tecnológico do que a marca consegue fazer, a que se junta o know-how de várias décadas na construção de automóveis de qualidade. O preço da unidade mais desportiva situa-se nos €93.000.