A BYD surge em Portugal há menos de um ano, onde apresentou consecutivas novidades assentes nos seus modelos – Han, Tang, Han e Dolphin. Ciente que é hoje um colosso em termos de vendas mundiais de automóveis elétricos, a BYD que inicialmente se especializou na produção de baterias está hoje presente em vários setores desde a eletrónica, novas energias, transportes ferroviários e… no setor automóvel.
As suas baterias são de tal modo inovadores que outras marcas as adquirem para as colocar nos seus modelos. Até a insuspeita Tesla.
E a BYD Auto que “só começou em 2003” mas até 2019 já tinha lançado vários modelos, aberto o seu centro de design, efetuado uma joint-venture com a Toyota e, em 2020 abriu na Noruega a sua fábrica de baterias. Hoje a marca vai abrir mais uma fábrica na Hungria e já está presente em 19 países europeus sendo líder global em NEV.
O Dolphin, modelo anteriormente lançado, marca a aposta da marca na nova plataforma somente desenvolvida para elétricos (e-Plataform 3.0) que o Seal passa também a utilizar, a tecnologia Cell-to-body e o sistema integrado de propulsão elétrica 8 em 1, alem das blade battery (isenta de cobalto com superiores níveis de segurança, durabilidade, desempenho e acondicionamento na estrutura do Seal)
E o que traz de novo o SEAL:
- e-platform 3.0
- concebida exclusivamente para veículos 100% elétricos;
- Tecnologia Cell-to-Body (CTB)
- garante níveis excecionais de segurança, rigidez torsional, dinâmica de condução e utilização do espaço pois traduz-se no facto da “bateria ser incorporada em toda a estrutura do veículo. Esta, integra a cobertura superior do conjunto de baterias com a estrutura tradicional do piso da carroçaria. Isso forma uma estrutura tipo sanduíche, que incorpora a cobertura superior da bateria, a BYD Blade Battery e o piso. Além disso, a arquitetura CTB utiliza uma estrutura de painéis de alumínio tipo favo de mel de elevada resistência, aumentando ainda mais a segurança do veículo” (fonte:BYD);
- A parte interessante do sistema de baterias CTB serve não só como fonte de energia, mas também como componente estrutural. Por fim esta tecnologia CTB otimiza a utilização do espaço, uma vez que a bateria é combinada diretamente com a carroçaria, diminuindo a altura do veículo até ao solo em cerca de 15 mm, o que reduz a altura da carroçaria, e obviamente cria mais espaço interior, com melhorias efetivas na aerodinâmica (e, em consequência na autonomia);
- Blade Battery
- A bateria foi desenvolvida internamente pela BYD com o objetivo de otimizar a segurança, a durabilidade, a longevidade, o desempenho e a utilização do espaço.
- A mesma é constituída por 172 células finas e alongadas que se assemelham a lâminas e, porque utiliza fosfato de ferro e lítio (LFP) como material catódico, oferece um nível mais elevado de segurança e durabilidade em comparação com as baterias de iões de lítio convencionais além de serem isentas de cobalto, um material que tem suscitado preocupações éticas e ambientais. Por fim, são mais resistentes a temperaturas extremas e, como possuem uma melhor estabilidade térmica são menos sensíveis às flutuações de temperatura, suportando mais ciclos sem perda de capacidade
- Como a altura é reduzida (110 mm) contribui para a eficiência da estrutura do veículo e otimização do espaço interior
- Sistema de propulsão elétrica 8 em 1
- Integra oito componentes para propulsão, carregamento, controlo e gestão, permitindo criar soluções para a integração vertical otimizando a utilização do espaço e a eficiência energética (visível num vídeo da marca, por exemplo nos arranques em piso escorregadio)
O Seal vai ser a grande aposta da marca em termos de vendas. Esteticamente muito interessante com linhas fluídas, com as nervuras no capot e uma assinatura de design que cativa, mas sobretudo que, fruto da superior tecnologia usada lhe permite obter uma referencial aerodinâmica de 0,219.
O Seal é o segundo modelo da marca a apostar na linguagem estilística “Ocean Aesthetics” – ligada aos oceanos e sustentabilidade, oferecendo uma aparência elegante e desportiva, robusta, com elevados níveis de conforto, qualidade de construção e materiais, além de, pelo facto de ter sido desenhado por europeus se encontrar em consonância com as preferências dos mesmos.
Encontra-se disponível com dois níveis de equipamento, Design e Excellence , e duas unidades de tração, ambas com uma bateria de 82,5 kWh. Single motor com 313 cavalos e autonomia de 570 quilómetros e, dual motor, com 530 cv, aceleração dos 0 aos 100 km/h em 3,8 s e autonomia até 520 quilómetros em ciclo combinado WLTP e dispõe de amortecedores de frequência variável.
A BYD superou também o exigente teste de penetração de pregos para testar as fugas térmicas da bateria e simular as consequências de um acidente rodoviário grave e, na apresentação do SEAL assistimos a um vídeo com uma simulação de duplo acidente do teste do poste (de ambos os lados) onde, após os acidentes, a bateria foi retirada e colocada noutro veículo, demonstrando a fiabilidade da estrutura do modelo.
E o que sentimos?
Nesta apresentação nacional tivemos oportunidade de efetuar um pequeno ensaio dinâmico do modelo onde nos permitiu comprovar o mencionado na prévia conferência de imprensa da marca.
E, se a BYD descreve o Seal como um modelo com “as suas curvas cheias, esculpidas e cativantes, que proporcionam a sensação do impulso das ondas” na prática comprova-se: esteticamente bem desenhado, ao gosto do consumidor europeu que conjuga beleza, desportividade, elegância e robustez. O interior espaçoso, tanto à frente como atrás, conjuga materiais de boa qualidade – percebida e real – como podem ser os forros dos bancos em pele sintética, ou das portas e tablier em camurça sintética, mas também da qualidade de construção e de materiais.
A ergonomia está num bom patamar e é fácil sentirmo-nos acolhidos no seu interior que não muda face a outras propostas da marca. O sistema de infotainment continua a ser intuitivo e dispõe de quatro modos de condução (ECO, Normal, Sport e Snow)
O modelo apresenta-se como um automóvel confortável (ao melhor estilo alemão), com um comportamento superior, uma direção precisa, um nível de insonorização interessante (vidro da frente e laterais são duplos) e, no curto ensaio dinâmico deu para compreender que a concorrência tem aqui um produto com que se preocupar porque, em quase todos os domínios cumpre ou excede face ao normal no segmento D.
O Seal está disponível por 46.990 ou 47.990€ com 6 anos de garantia e 8 da bateria com oferta de um ano de carregamento.