Portugal está mais sustentável: veículos amigos do ambiente representaram 52% dos carros matriculados em 2023

Dados são revelados pela ACAP – Associação Automóvel de Portugal que, no Fórum do Retalho Automóvel, evento que se realizou em Lisboa, com o tema “Conduzir à Nova Mobilidade”, fez um balanço do setor

Portugal está mais sustentável: veículos amigos do ambiente representaram 52% dos carros matriculados em 2023

O número de veículos automóveis matriculados em 2023 cresceu 26% face a 2022. Apesar do aumento, os números ainda estão abaixo dos registados em 2029 (menos 12,3%). Os dados são revelados pela ACAP – Associação Automóvel de Portugal que, no Fórum do Retalho Automóvel, evento que se realizou em Lisboa, com o tema “Conduzir à Nova Mobilidade”, fez um balanço do setor. O evento ficou também marcado pela apresentação de um estudo sobre tendências de consumo na aquisição de produtos e serviços automóveis.

Veículos sustentáveis com mais matrículas

Tendo-se registado um aumento de matrículas em todas as categorias de veículos, 2023 permitiu verificar a preferência por veículos mais sustentáveis. Na categoria de ligeiros de passageiros – onde se registou um crescimento de veículos matriculados de 26,9% face a 2022 –, os veículos de energias alternativas aos motores a combustão têm um peso de 51,9%. Dentro destes, os elétricos representam um total de 18,2%, seguindo-se os híbridos (14,5%) e os híbridos plug-in (13,6%). Os veículos a gasolina e a gasóleo representam 36% e 12% dos ligeiros de passageiros matriculados no ano passado, respetivamente.

Os dados atuais indicam também que Portugal teve um crescimento acima da União Europeia (14,6%) nesta categoria de veículos, situando-se no “top 10”, com 18,2%. Embora os números sejam promissores, os ligeiros de passageiros a energias alternativas continuam a representar apenas 5% dos veículos do parque automóvel português. Os veículos a gasóleo continuam em maior percentagem (58,2%), seguindo-se os carros a gasolina (36,6%).

Parque automóvel continua a envelhecer em Portugal

Apesar do crescimento assinalado, a ACAP revela que os números ainda se situam abaixo dos registados em 2019. Na categoria de ligeiros de passageiros, sublinha-se um decréscimo de 11,2% de veículos matriculados. Já os ligeiros de mercadorias cresceram 20,7% no ano passado, valor ainda assim inferior quando comparado a 2019 – menos 26%. Só os veículos pesados representam uma subida efetiva quando comparados a 2019, com mais 33,7% de veículos matriculados. Relativamente aos “rent-a-car”, em 2023 verificou-se também um incremento, na ordem dos 50,7%.

Contudo, e de acordo com os dados da Associação, Portugal continua com um parque automóvel envelhecido, em particular quando comparado com outros países da União Europeia. Dos 5,6 milhões de veículos que circulavam em 2021, 63 por cento tinha mais de 10 anos de idade. Já em 2022, 1,4 milhões de veículos em circulação apresentava mais de 20 anos de idade, sublinhando-se que em 2022 a idade média dos veículos entregues para abate era de 24,3 anos. Os ligeiros de mercadorias e os pesados de mercadorias são atualmente os veículos mais velhos do parque automóvel nacional, situando-se acima dos 15 anos. Seguem-se os pesados de passageiros (14 anos) e os ligeiros de passageiros (13,6 anos).

ACAP deixa recomendações

Com o intuito de procurar renovar o parque automóvel em Portugal, a ACAP propôs a reintrodução de mecanismos de incentivo ao abate de veículos em fim de vida, para acelerar a substituição dos veículos convencionais mais antigos e poluentes por veículos de baixas emissões, tal como aconteceu em Espanha, Itália ou França.

O Governo introduziu um artigo na Lei do Orçamento do Estado que prevê a implementação deste Programa, pelo que a ACAP exige a sua rápida aprovação. A sssociação sublinha ainda a importância de retirar de circulação de veículos em fim de vida (VFV) com emissões médias de 170 g/km de CO2, substituindo-os por veículos com emissões médias de 95 g/km (incluindo elétricos, híbridos plug-in e veículos a gasolina e gasóleo).

Sublinhe-se que o incentivo ao abate vai resultar numa poupança energética de 3,2 milhões de litros de combustível/ano, o equivalente a 33.200 barris de petróleo. Em termos de emissões, irão registar-se menos 10.800 toneladas de CO2 ao ano.