Um grupúsculo de extrema-esquerda alemão reivindicou a responsabilidade pela “sabotagem” de uma infraestrutura elétrica que obrigou o construtor norte-americano de automóveis Tesla a suspender a produção na fábrica de Berlim.
O grupo autodenominado Vulkan Gruppe reivindicou hoje o ato de sabotagem numa mensagem publicada no portal Indymedia, citado pela Agência France Presse.
“Com a nossa sabotagem, estabelecemos o objetivo de conseguir o maior apagão possível da ‘gigafábrica’ da Tesla”, afirmou o Vulkan Gruppe num comunicado publicado na plataforma utilizada pelos militantes.
A polícia anunciou a abertura de um inquérito por suspeita de fogo posto, enquanto os responsáveis da fábrica e as autoridades locais também denunciaram o ato como intencional.
A Tesla “consome terra, recursos, pessoas e trabalho e ‘cospe’ seis mil SUV [sigla em inglês para veículo utilitário desportivo], ‘máquinas de matar’ e ‘monster trucks’ por semana”, acusou o grupo numa mensagem publicada no Indymedia.
Os ativistas acusam a fábrica de “poluir o lençol freático e consumir enormes quantidades de água potável”.
Anteriormente, o construtor norte-americano de automóveis elétricos Tesla anunciava ter sido “forçado a suspender a produção” na fábrica europeia situada perto de Berlim, devido a um ataque incendiário.
“Nas primeiras horas da manhã, houve uma falha de energia na rede pública, provavelmente devido a um incêndio criminoso, que interrompeu a produção”, disse uma porta-voz da Tesla à France Presse, acrescentando que os funcionários tiveram de abandonar as instalações e que não sabia quando a produção seria retomada.
Inaugurada em 2022, a única grande fábrica da Tesla na Europa, produz o Model Y, o SUV elétrico mais vendido no continente, e emprega 11.500 pessoas.
O governo regional falou de um “ataque incendiário” a um poste de eletricidade perto do local.
A construção da unidade da Tesla numa zona arborizada da região de Brandeburgo suscitou a oposição de grupos ambientalistas.
As preocupações foram reavivadas pelos planos da Tesla que pretende expandir o local para duplicar a capacidade de produção.
Numa votação consultiva, a maior parte dos residentes do município local votou contra a extensão da unidade de produção.
O assunto foi objeto de numerosos debates públicos organizados por representantes da Tesla e do município para explicar os desenvolvimentos previstos.