Um autódromo privado é um luxo fora do alcance das bolsas do comum dos mortais. A não ser do australiano Dean Willis, que teve a sua carta de condução apreendida no seu país e, para poder continuar a conduzir os seus Ferraris e outros supercarros, mandou construir a sua própria estrada numa propriedade rural que acabou por se tornar a sua casa.
No entanto, voltando ao comum dos mortais (com muito dinheiro…), a maioria dos autódromos faz parte de clubes de entusiastas, onde têm espaço para acelerar sem a preocupação de infringir a lei: o mais recente deles ganhou destaque nas redes sociais pelo seu cenário paradisíaco-cenográfico, algo que seria expectável quando se coloca uma pista de corridas no topo de uma montanha.
É o caso do circuito do Magarigawa Club, um resort situado nas montanhas de Chiba, no Japão, a cerca de 70 quilómetros a sudeste de Tóquio: o clube faz parte de uma holding chamada ‘Cornes & Company’, que atua em diversos segmentos do mercado japonês, entre os quais os carros de luxo e desportivos europeus.
A construção do clube, portanto, foi uma forma de oferecer um local para que os compradores dos carros que a própria ‘Cornes’ importa para o Japão pudessem aproveitar os mesmos e relacionar-se com outros proprietários — além, claro, de influenciar a compra de mais carros desportivos.
O circuito, uma pista de 3,5 km que usa o próprio relevo da montanha no desenho do traçado, foi idealizado por Hermann Tilke, o arquiteto de boa parte dos circuitos modernos da Fórmula 1.
O circuito tem setores de média e alta velocidade, com 22 curvas, duas retas longas (a maior delas com 800 metros), inclinação de até 20% e declives de até 16% — a variação altimétrica chega aos 250 metros (Interlagos, no Brasil, tem 89 metros de variação numa volta, como comparação). O circuito ainda tem 36 garagens/boxes com oficina para acerto e preparação do carro na pista.
Além do circuito, o clube tem 300 vagas de garagem para guardar os carros dos proprietários que desejam mantê-los ali, sendo que dispõe de uma equipa de manutenção para deixar os carros prontos para o uso sempre que o proprietário solicitar. Além disso, o clube tem instrutores para ‘rookies’ ou para aqueles que ainda não conhecem o circuito e não querem correr riscos.
O circuito é restrito aos sócios e a associação é limitada a 150 vagas (já esgotadas), e inclui o uso do circuito, das garagens, da sede social, piscinas abertas e cobertas e spa. Ainda há cinco casas de campo dentro da propriedade, todas com vista panorâmica das montanhas e da pista — todas já vendidas para sócios, que tiveram de desembolsar um pouco mais do que os 240 mil dólares cobrados por fazer parte do clube.
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