Na altura era o carro mais caro do mundo: eram necessários cerca de 240 mil euros para o ter na garagem. Depois de desembolsar essa fortuna, não seria talvez suposto esperar mais de 20 anos para desfrutar do Ferrari F40… devido a razões incomuns.
Hoje é um dos superdesportivos mais cobiçados do mercado, com um valor estimado que ultrapassa os 2,28 milhões de euros: em janeiro último, no leilão ‘Mecum Kissimmee’, uma unidade de 1992 foi vendida por 2,83 milhões de euros.
O ‘protagonista’ desta história foi roubado a 16 de abril de 2000, quando estava estacionado à porta de um hotel na cidade de Villasanta, em Monza (Itália): agora, 24 anos volvidos, e certamente numa altura em que o proprietário tinha perdido toda a esperança, o carro foi recuperado. Onde? A empresa responsável pela descoberta, a ‘Art Recovery International’, não quis divulgar os dados, indicou a publicação espanhola ‘El País’.
Foi o fundador e CEO, Christopher A. Marinello, que deu a notícia nas redes sociais: na mensagem, explicou que a negociação para recuperar o F40 resultou de um acordo confidencial no qual trabalharam três grupos de advogados, que moldaram alguns documentos cruciais para o proprietário legítimo ter recuperado o seu superdesportivo.
Como sinal de gratidão, o proprietário do Ferrari F40 ofereceu ao fundador da ‘Art Recovery International’ uma experiência especial que incluiu um teste de condução em estrada e outro num circuito.
A ‘Art Recovery International’ é uma empresa dedicada à recuperação de obras de arte roubadas: até agora, com todas as suas operações, resgatou peças no valor de mais de 456,7 milhões de euros. Para o efeito, tem advogados e investigadores altamente qualificados do Reino Unido, dos Estados Unidos, da França, da Suíça, da Alemanha e da Áustria. No entanto, esta foi a primeira vez que dedicaram a sua atenção a um carro como um Ferrari F40.
A notícia ganha contornos ainda mais interessantes quando se lembrar de Gerhard Berger, o antigo piloto de Fórmula 1, que viu a Polícia Metropolitana de Londres descobrir o seu Ferrari F512M.
O modelo, que estava encarregado de escrever o ponto final da dinastia Testarossa e também foi o último modelo com o “motor de Float” V12, foi roubado durante o GP de San Marino, em 1995, tendo aparecido 29 anos depois.
Gone in 60 seconds… case solved by the Met in 4 days after a 28 year mystery.
Through international enquiries and working with the @NCA_UK, officers recovered Gerhard Berger’s Ferrari which was stolen in Italy in 1995.
Find out more https://t.co/UnwRqwLcLa pic.twitter.com/3hIlF8WStS
— Metropolitan Police (@metpoliceuk) March 4, 2024