Testemunho de Susanne Hägglund, Directora-Geral da Volvo Car Portugal
1. Que alterações perspectiva que possam vir a impactar o seu sector em 2024?
Vários factores estão preparados para influenciar significativamente o nosso sector no próximo ano. A estabilidade (ou instabilidade) governamental é uma consideração fundamental, podendo moldar a confiança dos consumidores, as prioridades, a afectação orçamental e a implementação bem-sucedida de projectos a longo prazo. Além disso, as alterações legislativas e as decisões fiscais desempenharão um papel crucial, em conjunto com a evolução das estruturas de tributação e o seu impacto na mobilidade dos veículos. Adicionalmente, o sector acompanha de perto os investimentos em infra-estruturas de carregamento para se adaptar à evolução do panorama.
2. E para a sua empresa em particular, quais os maiores desafios?
A Volvo enfrenta vários desafios à medida que navega num ambiente empresarial dinâmico. Atingir o crescimento pretendido é um objectivo primordial, associado a uma mudança estratégica para uma mobilidade totalmente eléctrica. Outro ponto fulcral é assegurar uma abordagem centrada no consumidor em todas as facetas da nossa cadeia de valor. Abordar o imperativo da transformação digital e reduzir a nossa dívida digital/TI é essencial para nos mantermos competitivos. Estamos também empenhados em tornar-nos verdadeiramente orientados para os dados e em optimizar as actuais operações comerciais, preparando-nos simultaneamente para o futuro transformador da nossa indústria. O aparecimento de novos operadores, nomeadamente marcas chinesas, acrescenta uma nova camada de complexidade aos nossos desafios.
3. Atendendo ao actual contexto, que expectativas a nível macroeconómico para Portugal?
Em linha com as previsões oficiais, as nossas expectativas macroeconómicas para Portugal no próximo ano incluem um abrandamento do crescimento do PIB. Prevê-se que a inflação diminua moderadamente para cerca de três a 3,3%, enquanto as taxas de juro deverão manter-se relativamente elevadas, com a possibilidade de descidas positivas no segundo semestre do ano. Além disso, prevê-se que a confiança dos consumidores persista em níveis mais baixos, reflectindo o panorama económico mais abrangente. Estas projecções sublinham a necessidade de planeamento estratégico e de adaptabilidade às mudanças económicas.
Testemunho publicado na revista Executive Digest nº 214 de Janeiro de 2024