Ensaio. MG Marvel: modelo honra legado da marca histórica numa nova era de mobilidade

Falar da MG é também falar da história do automóvel e do quanto esta marca foi importante, principalmente no Reino Unido e depois em todo o mundo

Ensaio. MG Marvel: modelo honra legado da marca histórica numa nova era de mobilidade

Falar da MG é também falar da história do automóvel e do quanto esta marca foi importante, principalmente no Reino Unido e depois em todo o mundo.

Em 1924 – Cecil Kimber, diretor-geral das Morris Garages, criou um nicho de mercado para lançar uns Morris mais rápidos e desportivos e mais “belos”, dado que tinha especial apetência pelo desenho. Por isso, os seus Morris batizados de MG (as iniciais de Morris Garages) foram construídos sobre um motor e chassis Morris com uma carroçaria que cedo se destacou no mercado.

Ao longo dos anos a marca foi efetuando algumas alterações até mesmo nos próprios motores, bateu vários recordes, ganhou várias provas e chegou mesmo a ser considerada uma das melhores marcas desportivos do mundo. Posteriormente integrada no grupo Rover marcou presença no Campeonato do Mundo de Ralis e durante muitos anos ficou associada a dois emblemáticos veículos de dois lugares MIDGET.

A nível nacional ganhou um grande estatuto no norte do país e, nesta nova vida da MG tal veio em parte a ser determinante para os bons resultados da marca já alcançados até à data.

Talvez possam dizer – mas o que é que isto é a ver com o artigo? – mas quando estive no salão automóvel do Porto para dar uma conferência sobre o setor automóvel, vi durante todo o dia o stand da MG cheio, com fila de potenciais clientes. Interroguei-me sobre os motivos e acabei por conversar com alguns dos potenciais clientes que me falavam da herança MG. Percebi o quão importante é a história e o legado  de uma marca e do posicionamento que ela construiu ao longo dos anos se o souber manter vivo ao longo dos anos, mesmo que atualmente numa nova era da mobilidade.

Mas chega de falar de história e falemos do Marvel.

Atualmente a marca foi adquirida por um grupo chinês que a relançou no mercado, tendo inicialmente sido comercializada (adivinhem) no norte do país através de uma concessão carismática JOP.

Apresenta-se com motores a combustão, híbridos e elétricos como é o caso deste Marvel R LUXURY. Trata-se de um SUV com um desenho exterior bastante futurista que, assumidamente, a marca define como desportivo. No seu conjunto é harmonioso. No interior encontramos um espaço bem conseguido, com um desenho do tablier tradicional, elegante, com materiais de boa qualidade e plásticos moles, mas o foco vai para o enorme tablet central colocado na diagonal, entre o tablier e a consola central.

Ergonomicamente funciona bem, em termos de usabilidade também, sendo fácil operar com o software. Os bancos são confortáveis e a ergonomia, no geral, está bem conseguida. Sobressai uma atenção nos detalhes que provavelmente os consumidores vão apreciar. O painel de instrumentos é de fácil leitura e o volante tem a pega correta. Nesta versão de topo o teto de abrir dá uma luminosidade acrescida ao interior.

Segundo a marca possui uma autonomia até 400 quilómetros em circuito WLTP, a caixa possui duas engrenagens, os motores elétricos utilizam uma tecnologia de bobinagem de fios retangulares chamada “Hairpin” mais eficiente em comparação com o método tradicional.

Em termos dinâmicos sobressaem vários itens como:

  • conforto proporcionado pelas suspensões, evidente nos maus pisos de Lisboa.
  • Em estrada percebe-se que a insonorização foi bem cuidada pois temos pouco ruído emanado do exterior.
  • Possui 4 modos de condução: Winter, Eco, Normal e Sport.
    • Optei por efetuar o ensaio quase sempre em modo Eco mas em nenhum momento senti que precisava de mais disponibilidade, tanto mais que a quantidade de radares espalhados pelo país promove esse comportamento.
  • Em termos de modos de regeneração, não sendo a solução mais prática pois o botão está na consola central e não no volante, mas possui três modos de regeneração.
  • Muito do comportamento dinâmico deve-se aos 180cv desta versão conseguida através de dois motores elétricos – tração traseira – que asseguram uma eficiência em reta, mas sobretudo em curva. A Versão Performance possui três motores, 288cv e tração total.

Disponível a partir de €42 477 este nova MG soube renovar-se e a história da marca vai certamente ajudar para o sucesso das vendas. Mas só isso não é o bastante. É necessário ter um bom produto e, este modelo, demonstra isso mesmo, com argumentos interessantes para competir no mercado.