A União Europeia está a investigar os fabricantes automóveis chineses mas parece não estar a conseguir obter as informações necessárias: numa altura em que o presidente chinês, Xi Jinping, está atualmente em visita à Europa, a investigação sobre os preços artificialmente baixos dos carros elétricos chineses está em marcha.
De acordo com a revista francesa ‘L’Automobile Magazine’, esta reserva de informação pode virar-se contra os fabricantes de automóveis da China. A União Europeia tem suspeitas (e provas…) sobre possíveis subsídios pagos pelo Governo de Pequim para garantir preços baixos quando os veículos elétricos chegarem ao Velho Continente – uma concorrência desleal que os fabricantes europeus não conseguem acompanhar. No entanto, apesar de a UE ter contactado os gigantes automóveis chineses BYD, Geely e SAIC, parece não estar a conseguir obter todas as informações necessárias para a sua investigação.
De acordo com a agência ‘Reuters’, a Comissão Europeia alertou os três fabricantes chineses de veículos elétricos que não forneceram informações suficientes para a sua investigação. Mesmo que aparentemente este tipo de aviso seja bastante comum nestes casos de defesa comercial da UE, especialmente com a China, isto ainda poderá virar-se contra os fabricantes chineses.
Na verdade, na ausência de informações suficientes, a UE poderia preencher as lacunas com as suas próprias informações. O que poderia inflacionar os preços e ser potencialmente mais desfavorável para os fabricantes chineses do que realmente deveria ser – pode conduzir a mais sanções e chegar até 50% de impostos, de acordo com a publicação.
Neste novo episódio que opõe a Europa à China, os fabricantes chineses citados têm, no entanto, o direito de resposta a estas acusações de não fornecerem todas as informações solicitadas. A SAIC esclareceu que tinha “cooperado totalmente”, indicou, salientando no entanto que se deve “enfatizar que informações comercialmente sensíveis – como a formulação da bateria – não se devem enquadrar nesta categoria”.
A investigação da UE, lançada em outubro, deverá durar pelo menos 13 meses. Portanto, potencialmente até novembro de 2024, sabendo-se que a Europa poderia implementar sanções após 9 meses de investigação, o que poderia ser imediatamente sentido no preço dos automóveis de marcas chinesas com direitos aduaneiros adicionais.