O Prius sempre foi um modelo diferente na gama da Toyota. Representava a aposta da marca na era da eletrificação considerando que a Toyota sempre gostou de motores híbridos sem necessidade de carregamentos.
Por ser diferente havia quem gostasse e quem não se revisse no mesmo. O certo é que a marca foi criando um modelo que evoluiu ao longo dos anos e das várias gerações e, é hoje, um dos bons exemplos do que de bom se faz em termos de tecnologia híbrida.
Ainda me recordo dos primeiros Prius onde a caixa de variação contínua era muito intrusiva no habitáculo. No essencial, o seu desenho e conceito de monovolume permitiu-lhe construir o seu próprio mercado. Tinha também como vantagem que, se algum dos módulos da bateria se estragasse, bastaria substituir o mesmo com um custo reduzido, razão pela qual muitos taxistas o utilizavam em Inglaterra, pela fiabilidade, baixo consumo, longevidade, fiabilidade e baixo custo
Nesta evolução o Prius tornou-se mais bonito (muito mesmo), mais interessante e mais atual. Esta geração é garantidamente a melhor. Em todos os domínios.
A estética está muito bem conseguida, visualmente apelativo, a dianteira cativa pela sua assinatura luminosa, esguia, que consegue com o seu desenho transmitir robustez, desportividade e elegância.
O interior, outrora também futurista, é hoje mais consensual com um painel central de 12” com quase toda a informação ali concentrada – existem ainda outros botões dispersos pelo habitáculo – e um painel de instrumentos digital de 7” à nossa frente, em formato retangular. A posição de condução é, como a de todos os Toyota, muito boa, o volante parece o de um pequeno desportivo, tanto no diâmetro como na espessura e os habituais comandos no volante surgem aqui numa disposição vertical que não é muito usual mas que se revela prático. O volante pode ser ajustado em altura e profundidade, mas é preferível uma posição mais baixa para termos uma visão completa do painel de instrumentos .
Na consola central, para além da alavanca da caixa de velocidades possuímos os quatro modos de condução: eco, normal, Sport e custom.
Quase não vale a pena falar de qualidade de construção e dos materiais pois são temas que a marca leva mesmo muito a sério. O espaço interior é muito agradável e, nesta versão mais equipada onde a pele marca presença, ainda mais se sente o conforto, a que se junta o volante e bancos aquecidos.
Dinamicamente o Toyota Prius faz tudo bem, é confortável, a insonorização está bem conseguida, o feeling da direção é correto e confortável.
Não tendo esses dados comigo, mas quero acreditar que a qualidade das afinações, principalmente a curvar, e na estabilidade, se devem ao know-how da marca adquirido nos ralis. Não é um desportivo, mas o seu comportamento não é o de um familiar típico. É um modelo que dá gosto conduzir com os seus 223 cv, com, ou sem carga na bateria (autonomia até 86kms) .
Quatro notas finais:
- Em estrada e autoestrada, sem qualquer preocupação com as médias, o resultado final foi de 4,6 l
- Os sistemas de ajuda à condução funcionam muito bem e encontram-se suficientemente afinados para evitar que saíamos fora de estrada, embatamos na viatura da frente ou não detetemos uma viatura no ângulo morto
- A versão de entrada, é comercializada por 41.990€ com o topo de gama do Prius, o Premium, com o valor de 49.690€
- A última nota é mesmo uma conclusão. A Toyota conseguiu com este modelo criar um produto que vai ao encontro do cliente tipo da marca mas também daquele publico mais jovem, mais urbano, preocupado com questões ambientais mas que ainda não sente a necessidade de ter um 100% elétrico. O Prius representa o que de bom a indústria automóvel faz e no particular tanto pode circular a combustão, como em modo elétrico enquanto as suas baterias durarem.