O truque é antigo mas permanece válido: se estiver a pensar comprar um carro usado, pegue num íman. Tanto faz, pode ser um comprado numa pequena loja de souvenirs e que tenha na porta do frigorífico. A lógica do teste é simples: a maioria dos carros em circulação são revestidos por uma liga de alumínio, um material leve e resistente, que absorve a energia do impacto em casos de acidente. Quando o carro sofre um acidente, a reparação é muitas vezes feita com uma massa que é colocada na área danificada. Essa massa, não sendo metálica, não atrai o íman. Embora não funcione com todos os carros, é uma boa maneira de se proteger. A ‘DECO Proteste’ deixa ainda outros conselhos na hora de descobrir se o carro já teve um acidente – diferenças de cor da pintura na carroçaria, vestígios de pintura nas borrachas, pára-choques e faróis desalinhados. “Abra as portas, a mala, o capô e os vidros, depois feche-os. Se estiverem desalinhados, é porque já sofreram um acidente”, refere a associação do consumidor.
Comprar um seminovo é, de um modo geral, a maneira mais inteligente de evitar perder muito dinheiro com um carro, pois a desvalorização de um automóvel de produção em série é um dado adquirido. Em média, um automóvel novo perde metade da sua cotação de mercado ao fim de apenas 3 anos de vida. Isto é, um carro que custe 50.000€, ao fim de apenas 3 anos valerá menos de 25.000€, independentemente da quantidade de extras que tiver ou mesmo que tenha feito poucos quilómetros. Neste prisma, as marcas premium com os modelos de luxo costumam ser as mais afetadas, sendo por isso os carros que mais desvalorizaram nos últimos anos.
Antes de comprar um carro usado, deverá sempre fazer algum trabalho de casa e estudar bem o mercado. Estabeleça sempre um teto máximo de quanto pensa gastar. Faça uma lista dos modelos de carros que lhe interessam por esse preço e, o mais importante de tudo, verifique o historial de cada carro e peça para fazer um test-drive de cada modelo, pois há pequenos pormenores que podem tornar a nossa experiência de condução muito boa, ou muito má, e só os descobrirá quando fizer alguns quilómetros com o automóvel.
Quando o modelo estiver decidido, não compre por impulso – mas tenha atenção para não ser vítima de fraude, comprando por exemplo um carro com os quilómetros alterados, ou mais grave do que isso, comprar um carro que tenha sido vítima de um sinistro automóvel e, para isso, o teste do íman pode ser importante.
O funcionamento de um íman pode ser um pouco complexo mas, muito resumidamente, este elemento é composto por dois polos, um positivo e um negativo, e produz um campo magnético, fazendo movimentar electrões através de matéria. Ou seja, sempre que um íman entra em contacto ou se aproxima de outra superfície metálica, existe uma movimentação de electrões, que passam de um polo do íman para o outro através do contacto entre duas superfícies metálicas.
Sempre que um carro sofre um acidente mais grave, a reconstrução da carroçaria é feita através de uma espécie de massa, que é colocada sobre as superfícies afetadas e moldada à forma do carro para que os efeitos do sinistro não se notem. Acontece que esta massa, apesar de ser rígida, não tem a mesma capacidade de se deformar e absorver energia que o alumínio e, em caso de acidente, poderá comprometer a segurança e a integridade física dos passageiros.
Caso um carro tenha sofrido um acidente e tenha sido reparado com recurso a esta massa, ao aproximar um íman, a peça do carro, por não ser constituída por um elemento metálico, não atrairá o íman, e assim saberá que este carro já teve uma história de sinistro. Utilize sobretudo nos locais mais vulneráveis, como por exemplo os guarda-lamas ou as portas.