O maior partido político da União Europeia, o Partido Popular Europeu (PPE), está a mobilizar-se para que o bloco faça a revisão das suas regras de emissões de automóveis, com o objetivo de manter os motores de combustão ativos após 2035. A iniciativa visa aumentar a competitividade industrial em meio à transição para uma economia verde.
Durante uma reunião em Cascais, o PPE reafirmou o seu apoio às metas da UE de reduzir os gases de efeito estufa em 55% até 2030, comparado aos níveis de 1990, e alcançar a neutralidade climática até 2050. No entanto, o partido defende uma abordagem que proteja mais as empresas e famílias europeias, revela a ‘Bloomberg’.
Para tal, o PPE propõe transformar o atual Acordo Verde num “Acordo de Crescimento Verde”. “Apoiamos as metas climáticas, mas queremos alcançá-las com menos burocracia e mais abertura tecnológica”, declarou Peter Liese, legislador alemão responsável pelas questões ambientais no PPE.
A proposta do PPE inclui a incorporação na legislação da promessa da Alemanha de permitir carros movidos por e-fuels após 2035. Essa tecnologia oferece uma alternativa aos veículos elétricos, cujo impacto ambiental deve ser analisado durante todo o ciclo de vida. As emendas necessárias podem ser introduzidas durante uma revisão da regulamentação planeada para 2026.
A posição do PPE será crucial para definir o futuro da transformação verde na UE. Com a ascensão de partidos nacionalistas e populistas em países como Alemanha, Polónia e França, há uma crescente pressão para desacelerar as reformas climáticas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também membro do PPE, tem apoiado o Acordo Verde, mas tem sido mais cautelosa nas suas declarações enquanto procura um segundo mandato.