Os países da União Europeia estão atualmente divididos sobre a questão de impor tarifas adicionais sobre veículos elétricos fabricados na China, revelando um desafio significativo para a Comissão Europeia em obter apoio para o seu maior caso comercial até agora.
Recorde-se que a Comissão Europeia ameaça aumentar a partir de hoje as tarifas das importações de veículos elétricos da China pela União Europeia (UE), após ter concluído provisoriamente haver práticas desleais de Pequim em benefício de construtores chineses.
A Alemanha, que depende fortemente das vendas das suas construtoras na China, procura o fim das tarifas, enquanto a França emerge como um dos principais defensores das medidas.
Segundo uma pesquisa informal da Reuters com governos da UE, a maioria dos países ainda está a avaliar os prós e os contras desta crescente disputa comercial. A decisão será submetida a uma votação consultiva nos próximos dias, marcando o primeiro teste oficial de suporte para a Comissão Europeia, que iniciou a investigação sem uma queixa formal da indústria.
Está mesmo previsto para hoje a confirmação de tarifas provisórias de até 37,6% sobre marcas chinesas como BYD, Geely, SAIC, bem como modelos da Tesla e outras construtoras ocidentais fabricadas na China.
Países como França, Itália e Espanha, que juntos representam 40% da população da UE, indicaram apoio às tarifas como uma medida para proteger as suas indústrias contra práticas comerciais desleais. Enquanto isso, República Checa, Grécia, Irlanda e Polónia continuam a debater a questão, enquanto a Bélgica enfrenta um governo interino e os Países Baixos acabaram de formar um novo governo.
A imposição de tarifas não é consensual dentro da UE. A Alemanha enfatiza a necessidade de uma solução negociada com Pequim, argumentando que tarifas podem ter efeitos negativos maiores do que os benefícios, especialmente ao aumentar os custos para os consumidores e dificultar o objetivo da UE de neutralidade de carbono até 2050. A Tesla já indicou que irá aumentar os preços em resposta.
A Comissão Europeia defende as tarifas como necessárias para combater subsídios desleais concedidos pelo governo chinês, visando criar condições equitativas no mercado automóvel. Além disso, as tarifas poderiam fortalecer a posição da UE nas negociações comerciais com Pequim e incentivar fabricantes a produzir carros dentro da Europa.