Os construtores automóveis chineses XPeng e NIO garantiram hoje à AFP que não têm intenção de abandonar o mercado europeu depois de a UE ter imposto sobretaxas compensatórias aos veículos elétricos provenientes da China.
A União Europeia (UE) impôs hoje até 38% de direitos aduaneiros adicionais sobre as importações de automóveis elétricos chineses, antes de uma decisão final em novembro, acusando Pequim de favorecer ilegalmente os seus fabricantes.
Na sequência de um inquérito antissubvenções lançado em outubro, Bruxelas anunciou as sobretaxas em 12 de junho, ao mesmo tempo que encetava conversações com Pequim para tentar resolver os problemas e afastar o risco de uma guerra comercial.
O construtor automóvel chinês Xpeng, conhecido pelos seus modelos de design, garantiu à AFP que tenciona manter-se no mercado europeu.
“Como uma empresa com uma visão global, a Xpeng não vai mudar a sua estratégia de exploração dos mercados estrangeiros. Encontraremos formas de minimizar o impacto nos consumidores europeus”, declarou a empresa.
Por seu lado, a sua rival chinesa NIO, com os seus modelos topo de gama, declarou hoje à AFP que estava a “seguir de perto” o caso.
“Nesta fase, a NIO mantém os preços dos seus modelos atuais nos seus mercados europeus. No entanto, não é de excluir que os preços possam ser ajustados numa data posterior, na sequência da imposição destes direitos aduaneiros”, declarou a empresa à AFP.
“Apesar desta evolução, a NIO continua totalmente empenhada no mercado europeu: acreditamos na promoção da concorrência e no interesse dos consumidores, e esperamos chegar a uma solução com a UE antes da aplicação das medidas definitivas em novembro de 2024.”
O Executivo da UE tem agora até quatro meses para decidir se impõe direitos definitivos, deixando uma janela de oportunidade para o diálogo com a China.