O movimento cidadão MSU Norte de Extremadura, formado por cidadãos e empresas da região, foi criado em dezembro de 2023 com um objetivo claro: a conclusão da autoestrada que liga Moraleja (Cáceres) a Castelo Branco (Portugal).
O movimento deu um passo significativo a 9 de maio, quando Moraleja sediou um encontro ibérico que resultou na criação da Aliança Territorial Europeia-Norte da Extremadura-Beira Baixa, formalizada em 19 de maio. Esta aliança reúne não só cidadãos e empresas, mas também as Câmaras Provinciais de Cáceres e Badajoz, e as Câmaras Municipais de Portugal, unindo forças para pressionar pela conclusão da autoestrada.
Francisco Martín, coordenador do movimento, destacou em entrevista ao ‘elEconomista’ que a conclusão da autoestrada Moraleja-Castelo Branco é crucial. “90% do percurso já foi concluído e faltam pouco mais de 70 km para construir”, afirmou. A autoestrada é vista como um catalisador para uma nova era de cooperação entre Espanha e Portugal, com impactos positivos em setores como energia, turismo e logística.
A conclusão da autoestrada é essencial para a ligação das capitais ibéricas através da Extremadura. Martín salienta que a região metropolitana de Madrid tem mais de 9 milhões de habitantes, enquanto Lisboa tem 2,5 milhões, e a adição da região centro e Extremadura elevaria esse número para 14 milhões de pessoas. Esta ligação estratégica fomentaria a economia verde, a mobilidade sustentável e projetos tecnológicos na região central.
Do ponto de vista logístico, a região abriga grandes empresas de transporte, como a Carregas e a Luis Simões, e beneficia da proximidade do porto de Sines. No setor de turismo, a conexão Madrid-Lisboa promove tanto o turismo interior quanto o marítimo, com mais de 25 locais Património Mundial da UNESCO na região.
Em 2023, transitaram entre Espanha e Portugal 120 milhões de turistas internacionais, demonstrando o enorme potencial turístico da área.
Na próxima Cimeira Ibérica, o movimento procura estabelecer datas de início e conclusão das obras nos dois lados da fronteira. Na Extremadura, o Governo é responsável pela jurisdição, e o movimento solicita 50 milhões de euros para o primeiro trecho de 9 km entre Moraleja e Cilleros. A finalização dos 72 km restantes da autoestrada é vista como uma oportunidade para combater o despovoamento e explorar o potencial económico da região.