“Se um carro a gasolina é um telefone 2G, nós somos 5G”: BYD quer vender mais de 300 mil veículos por ano na Europa e lançar duas marcas premium… em dois anos

De acordo com Stella Li, vice-presidente executiva global e chefe de operações nas Américas e na Europa, em entrevista ao site 'TopGear.com', "60% das pessoas que experimentam os nossos carros compram um"

“Se um carro a gasolina é um telefone 2G, nós somos 5G”: BYD quer vender mais de 300 mil veículos por ano na Europa e lançar duas marcas premium… em dois anos

A BYD pretende ‘replicar’ o seu crescimento na China – onde é um dos maiores conglomerados automóvel do mercado – na Europa: em apenas dois anos, a marca chinesa pretende ter números semelhantes de vendas na Europa aos da Nissan – para tal, já está a construir uma fábrica na Hungria e assinou outra na Turquia, de forma a abastecer o Velho Continente até ao final de 2026.

De acordo com Stella Li, vice-presidente executiva global e chefe de operações nas Américas e na Europa, em entrevista ao site ‘TopGear.com’, “60% das pessoas que experimentam os nossos carros compram um”. A empresa está disposta a aprender rapidamente, salientou, indicando que os carros são continuamente modificados segundo o ‘feedback’ dos motoristas europeus, pelo que cada carregamento fica melhor. Para a responsável, a BYD entendeu o momento em que as pessoas começaram a preferir os seus híbridos plug-in de longo alcance, que chama de ‘DM-i’.

“Vamos focar-nos no ‘DM-i'”, sustenta Li, acrescentando que haverá mais carros com esse motriz de força em 2025, em linha com o Seal U DM-i . A fábrica na Hungria pode construir pelo menos oito carros diferentes na mesma linha de produção, um grau de flexibilidade que dificilmente qualquer outro fabricante em qualquer lugar consegue administrar.

A aplicação das tarifas da UE aos elétricos chineses – a taxa da BYD é de 27,4%, não tão alta como outras marcas porque a UE considerou que o Governo chinês subsidia menos a marca – vai “prejudicar o consumidor na UE ao aumentar o preço dos carros. Isso não está certo”. “Queremos ser um fabricante amplamente local, então construiremos os nossos modelos mais vendidos na Turquia e na Hungria. Começámos a investir na Hungria há dois anos, antes da discussão tarifária. Temos um foco de cinco anos na localização. Faremos o pacote de baterias na UE, depois as células — mas não temos um cronograma claro para isso.”

Os planos da marca automóvel são lançar entre quatro e seis carros novos em dois anos – entre os quais uma marca premium. No Festival de Velocidade de Goodwood, no Reino Unido, a BYD mostrou mais duas marcas: Yangwang com o seu super-SUV U8 e o supercarro U9, e o MPV cromado-tástico da Denza. “Precisamos de um trampolim para esses carros”, refere Li, salientando que levaria dois anos para o lançamento no Reino Unido de ambas as marcas.

“As pessoas estão mais abertas a novas marcas em EV e PHEV. Elas estão focadas na tecnologia. É preciso construir a experiência do cliente, passo a passo.” A ambição não falta na BYD. “A BYD é uma empresa de engenharia. Temos 110.000 engenheiros e registamos 32 patentes por dia. Se um carro a gasolina é um telefone 2G, nós somos 5G.”

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