Está confirmado: carros pequenos estão mesmo (muito…) mais caros

Organização alemã ADAC analisou os custos dos automóveis do mercado e os motivos pelos aumentos substanciais nos últimos anos

Está confirmado: carros pequenos estão mesmo (muito…) mais caros

Os carros pequenos estão (mesmo…) muito mais caros, revela esta sexta-feira a organização alemã ADAC (‘Allgemeiner Deutscher Automobil-Club’, o maior clube de automobilismo da Alemanha e Europa), que analisou os custos dos automóveis do mercado e os motivos pelos aumentos substanciais nos últimos anos.

De acordo com o estudo da associação, sendo certo que o preços dos carros, de uma forma geral, têm aumentado, há que tomar atenção particular para os veículos novos, que subiram quase 50% nos últimos 15 anos. Esta subida não diz respeito apenas a carros grandes, com cada vez mais equipamentos tecnológicos e comodidades luxuosas – esta tendência também se observa, de forma ainda mais significativa, nos automóveis pequenos, que deviam ser, à partida, mais acessíveis.

A ADAC revelou que um carro pequeno com motor de combustão custava em média 13.041 euros em 2014, sendo que agora o preço médio é de 22.591 euros, o que representa um aumento de 73%. Porquê?

Segundo a associação, a inflação, mas também a eliminação dos modelos básicos, estão a fazer subir os preços dos carros pequenos – de acordo com o estudo da associação, em 2014 o preço de um automóvel novo nesta categoria representava cerca de 60% do salário médio líquido médio anual – no entanto, uma década volvida, comprar um carro pequeno novo representa 78% do esforço dos trabalhadores médios ao longo de um ano.

A chegada dos EV não está completamente ‘isenta de responsabilidades’ nesta subida de preços – se há 10 anos os clientes podiam escolher entre 80 pequenos carros térmicos, hoje restam apenas 55, uma redução de cerca de um terço. Ao mesmo tempo, a proporção de EV aumentou de 8 para 22 modelos: ou seja, sejam térmicos ou elétricos, a oferta de automóveis pequenos caiu geralmente cerca de 13%.

Voltando aos elétricos, os preços praticados, mesmo que tendam a cair com cada vez mais novos players a aoferecer modelos ditos “acessíveis” (Citroën ë-C3, Fiat Grande Panda, etc.), permanecem muito mais caros, com um preço médio de 29.547 euros – mais 7 mil euros do que um modelo térmico.

“Para muitos consumidores, é quase impossível comprar um carro novo, especialmente porque os carros pequenos desaparecem do mercado porque se tornaram desproporcionalmente caros”, explicou Karsten Schulze, presidente de tecnologia da ADAC.

“A transição para um carro elétrico é ainda mais complicada pela menor oferta e pelos preços ainda mais elevados”, concluiu.