A Nissan foi pioneira no lançamento de viaturas elétricas com o Leaf quando a autonomia ainda era uma miragem e a rede elétrica nacional de carregamentos mínima.
Na altura, nem estes constrangimentos impediram o sucesso deste modelo. Ao longo dos anos a marca foi melhorando esta tecnologia nos seus modelos, sendo que no Nissan Juke e Qashqai não de uma forma totalmente elétrica.
Mas a Nissan sabe que, para ser uma marca global, tem de estar presente em todos os segmentos, e para isso, apostou no seu topo de gama dirigido ao segmento premium com um modelo extremamente competitivo.
Afirmar que o Ariya é bonito ou não é sempre uma afirmação subjetiva, pois depende da análise de cada um. Pessoalmente, considero que a interpretação futurista que a marca faz do mesmo está bem conseguida, a que se adiciona uma perceção de robustez e elegância nas suas linhas.
O Ariya é uma viatura grande mas que não se intimida, nem com a cidade nem com a estrada. O interior foi alvo de cuidados especiais com um desenho mais tradicional mas sobretudo contemporâneo, onde a perceção de qualidade e dos detalhes sobressai, e que depois se justifica quando o ensaiamos. A qualidade dos materiais, ergonomia e usabilidade são também fatores a destacar.
Possui dois ou três detalhes que o distinguem, como a consola flutuante, elétrica, que tanto permite avançar como recuar a mesma, os botões hápticos para o AC ou controlar, os vários modos de condução (eco, standard, sport, snow), o e-pedal, um segundo porta luvas de acionamento elétrico na zona central do tablier.
O ecrã central está “agarrado” ao painel de instrumentos, e por isso, ocupa metade da parte superior do tablier, sendo ambos intuitivos. Mais abaixo, surgem os botões do ar condicionado.
O modelo possui um motor de 218 cv e outro de 394 cv que garantem uma autonomia até 400 km ou 509 km, respetivamente, sendo que a tração se efetua às quatro rodas.
Nota-se que houve um cuidado profundo da marca no desenvolvimento deste modelo, nos pequenos detalhes, e na forma como o Ariya interage com a estrada. É um veículo previsível, confortável e com um bom comportamento, sendo que, principalmente em curvas encadeadas se nota a importância de ter quatro rodas motrizes, num modelo que possui o centro de gravidade elevado, mas que, em nada compromete a segurança do modelo.
E por falar neste tema da segurança, referir algo que já é habitual, pois cada marca utiliza sistemas avançados de segurança que nos permitem enfrentar a estrada com elevadíssima segurança, seja pela deteção de fadiga, saída involuntária da faixa de rodagem, manutenção na faixa de rodagem, ou mesmo, leitura dos sinais de trânsito e condição semi-autónoma até a entrar em rotundas.
Num país onde a média de idade dos nossos automóveis ronda os 14 anos (o que significa que temos muitas viaturas com 20 anos), com os níveis de qualidade e de segurança dessa época, seria importante para não dizer fundamental que os governos olhassem para estas matérias e as transformassem em políticas, onde fosse possível rapidamente, todos termos acesso a estes novos automóveis, que certamente diminuíam a taxa de sinistralidade nas estradas, com um contributo impactante e positivo sobre os hospitais, a segurança social e a produtividade das empresas.
Adicionalmente nessas mesmas políticas deveriam estar vertidos os incentivos para fomentar a aquisição pelo cliente particular deste tipo de viaturas, e não somente o mercado empresarial (o seu maior cliente).
Em resumo a Nissan interpretou bem o que é o mercado premium elétrico pretende, colocando no mercado um produto bem concebido, de qualidade, com atenção nos detalhes, dos materiais e na qualidade com preço que começa nos €45.000
.
Está de volta: NISMO regressa à Europa com o Nissan Ariya 100% elétrico
Novo Nissan ARIYA: primeiro crossover 100% elétrico chega a partir de 34 mil euros