A dinâmica de mercado nos ligeiros de passageiros continua negativa em agosto (3%) em relação ao mesmo mês de 2023. No entanto, a oferta (1%) e a procura (-3%) mostram-se cada vez mais alinhadas. Já a importação de ligeiros de passageiros diminui em agosto face ao período homólogo do ano passado (0,8%), mas cresce 35,3% face ao mesmo mês de 2019, apontou esta segunda-feira o portal ‘StandVirtual’.
Eis as principais conclusões:
– agosto apresenta a dinâmica de mercado mais positiva de 2024 até ao momento (-3%) face ao mesmo mês do ano passado, com a oferta a demonstrar um ligeiro crescimento (+1%), mas com a procura negativa (-3%). A dinâmica de mercado é negativa, em relação ao período homólogo de 2023, sobretudo nos carros abaixo dos 15 mil euros (-3%).
– a oferta aumenta particularmente nos carros acima dos 30.000€ (+4%) e abaixo de 15.000€ (+2%). No entanto, a oferta diminui nos automóveis entre 15.000€ a 30.000€ (-4%). Já a procura apresenta um aumento nos veículos com valores entre 15.000€ a 30.000€ (+10%) e acima dos 30.000€ (+6%). Nos automóveis abaixo dos 15.000€ a procura permanece estável.
– a transferência de propriedade de ligeiros de passageiros registou um aumento de 10,6% em julho de 2024 face ao mês homólogo de 2023, mantendo uma tendência positiva que começou em abril. Revela também um decréscimo de 8,2% em comparação com julho de 2019. Relativamente aos primeiros sete meses de 2024, observa-se um aumento de 6% em relação ao mesmo intervalo de tempo do ano passado.
– no que diz respeito aos veículos importados (ligeiros de passageiros), existe uma leve diminuição em agosto face ao mesmo mês de 2023 (0,8%) e um crescimento de 35,3% em relação ao mesmo período de 2019. Por outro lado, é possível verificar ainda um decréscimo de 6,4% de janeiro a agosto de 2024, comparativamente aos primeiros oito meses do ano anterior.
– o preço médio praticado pelos vendedores profissionais, que vinha a subir progressivamente, sobretudo desde maio/junho de 2023, apresenta um ligeiro decréscimo, fixando-se em cerca de 23.900€. Esta evolução representa, um decréscimo de cerca de 0,8% do preço face a agosto de 2023, quando o valor médio se fixava em cerca de 24.100€.
– de acordo com os dados fornecidos pela BCA, relativos aos leilões, os preços mantém-se estáveis no comércio em agosto, em relação ao mês anterior. Contudo, diminuem ligeiramente no comércio face a julho de 2024.
– segundo dados da ACAP, em agosto regista-se uma diminuição de 8,7% no total do mercado automóvel (novos) face ao mesmo mês de 2023. No acumulado do ano de 2024, há um crescimento de 4,4%. As energias alternativas (veículos eletrificados e híbridos GPL) representaram cerca de 64% do mercado total de ligeiros em agosto de 2024, valores superiores face a agosto de 2023 em que alcançavam apenas 59% do total de ligeiros de passageiros novos.
Américo Barroso, CEO da Só Barroso, afirma que “neste momento, temos um problema com os stocks disponíveis, uma vez que ainda estamos a sentir muito o efeito do pós-covid. Os gestores de frota e rent-a-cars que iriam ter os carros entregues entre 2020 e 2022, com a escassez de novos acabaram por ficar com as mesmas frotas, renovando assim esses contratos. Muitos desses veículos apareceram no mercado em 2023 e alguns estão a surgir agora. No fundo, agosto foi um período de excelência na região do norte, de forma geral, mas no sul as pessoas têm uma opinião um pouquinho diferente. Este é um período em que observámos muito movimento, especialmente no interior do país, tornando-se mesmo a nível financeiro o nosso melhor mês desde sempre”.
“Hoje em dia, o comportamento dos consumidores para comprar um veículo começa por estabelecer um budget, que em muitos dos casos pode não ser totalmente seguido, e depois iniciam uma pesquisa extensiva. Apenas no momento em que encontram a solução que reúne todas as características que têm em mente utilizam plataformas como o Portal da Queixa, que permite perceber através de uma experiência real de consumo se a aposta nesta marca ou carro é algo que faz sentido. É importante referir que as reclamações trazem uma credibilidade enorme ao feedback, pois o cliente só vai dar um bom feedback se, efetivamente, a marca cumprir com as suas expectativas”, explica Sónia Lourenço, CEO do Portal da Queixa.
Miguel Ramalho, CEO da Carmisio, revela também que “agosto foi um mês muito positivo, no nosso caso com um aumento de cerca de 7% em comparação com o período homólogo. É curioso que neste mês houve mais pronto pagamentos do que financiamentos, uma situação que não é tão comum de acontecer pelo que temos verificado nos últimos tempos. Relativamente aos sistemas de avaliações, estes podem ser uma mais-valia para as marcas que tenham como objetivo a transparência para com os clientes. O único detalhe que poderia ser melhorado é a questão de impor aos clientes que estes deixem uma explicação no caso de a avaliação ser negativa, de forma a conseguirmos corrigir na nossa estrutura algo que tenha corrido menos bem”.