A Northvolt anunciou, esta segunda-feira, que vai despedir 1.600 trabalhadores, dos quais mil pertencem à fábrica de Skellefteå, aos quais se somam mais 400 da unidade de Västerås e 200 de Estocolmo.
A gigante europeia de baterias elétricas, que pretende competir com a Tesla e as gigantes asiáticas, recebeu uma nega do Governo sueco sobre um eventual resgate, num momento que enfrenta uma crise devido a dificuldades financeiras. “A revisão das operações na Suécia serve para garantir que todos os seus recursos se concentram na aceleração da produção na produção de baterias em grande escala”, anunciou a empresa sueca, apontando que prevê que “estas medidas resultem no despedimento de aproximadamente 1.600 funcionários da Northvolt”, todos eles sujeitos a negociações sindicais em curso.
O objetivo para a empresa, “ao ajustar as suas ambições de curto prazo”, passa por “concentrar-se no arranque da primeira fase de 16 GWh, para dar prioridade aos compromissos com os seus atuais clientes do setor automóvel”.
“Esta prioridade é apoiada por um programa de aceleração recentemente introduzido, destinado a aumentar ainda mais os níveis de produção. O programa já está a mostrar resultados e contribuiu para que a produção de baterias triplicasse desde o início deste ano”, referiu a empresa, em comunicado.
“Embora o impulso para a eletrificação permaneça forte, precisamos de garantir que tomamos as ações certas no momento certo, em resposta aos ventos contrários no mercado automóvel e ao clima industrial. Precisamos de agora concentrar toda a energia e investimentos no nosso negócio principal. O sucesso no aumento da produção na Northvolt é fundamental para entregar as encomendas aos nossos clientes e permitir operações comerciais sustentáveis”, salientou Peter Carlsson, CEO e cofundador da Northvolt, destacando que “os registos recentes de produção mostram que estamos no caminho certo, mas as decisões que tomamos hoje, por mais difíceis que sejam, são necessárias para o futuro da Northvolt”.
Recorde-se que em dezembro último a Galp e a Northvolt anunciaram a intenção de investir 700 milhões de euros e criar 1.500 empregos diretos e indiretos na fábrica de conversão de lítio que vão desenvolver em parceria em Portugal.
“A decisão final de investimento ainda não ocorreu, mas a JV [‘joint venture’] prevê que as operações se iniciem até ao final de 2025 e que as operações comerciais tenham início em 2026”, referem as empresas num comunicado conjunto enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Segundo avançam, “com base em projetos semelhantes, a instalação [que produzirá hidróxido de lítio para baterias de veículos elétricos] poderá representar um investimento estimado de cerca de 700 milhões de euros e criar 1.500 empregos diretos e indiretos”.
Denominada Aurora e com uma participação de 50/50 da Galp e da Northvolt, a ‘joint venture’ está atualmente “a realizar estudos técnicos e económicos e a analisar várias localizações possíveis para a unidade” em Portugal.
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