A Ford vai reduzir cerca de 4.000 postos de trabalho na Europa, o equivalente a 14% da força de trabalho na região, numa tentativa de ajustar a operação à desaceleração na transição para veículos elétricos.
Este novo corte, anunciado pela empresa, deverá ser implementado até ao final de 2027, afetando principalmente a Alemanha e o Reino Unido, dependendo do resultado das consultas com sindicatos e governos, revela a ‘Bloomberg’.
A decisão inclui ainda a redução da produção dos modelos elétricos Explorer e Capri na unidade de Colónia, Alemanha, numa altura em que a procura por veículos elétricos enfrenta desafios significativos.
Em 2021, a Ford comprometeu-se a transformar a sua operação europeia, com o objetivo de se tornar quase totalmente elétrica até ao final desta década. Contudo, a transição revelou-se mais difícil do que o esperado. Em 2023, a empresa já tinha anunciado o corte de 3.800 postos de trabalho, enquanto concorrentes como a Volkswagen e a Stellantis também alertaram para o impacto da desaceleração das vendas e da redução de incentivos governamentais para veículos elétricos.
John Lawler, vice-presidente e diretor financeiro da Ford, sublinhou que a Europa carece de uma “agenda política clara e decisiva” para impulsionar a mobilidade elétrica. “Precisamos de mais investimento público em infraestruturas de carregamento, incentivos significativos para EVs e maior flexibilidade nas metas de redução de emissões de CO2”, afirmou, referindo-se às metas mais rigorosas da União Europeia e do Reino Unido, previstas para o próximo ano.