Atrasada na corrida dos elétricos, Ford vai cortar 4000 postos de trabalho na Europa

Atrasada na corrida dos elétricos, Ford vai cortar 4000 postos de trabalho na Europa

Na Europa há mais de 100 anos, a Ford está a cortar 4000 postos de trabalho, num momento em que a corrida global dos carros elétricos está a ganhar ainda mais força.

A cortar mais 4000 postos de trabalho na Europa, a Ford adianta que um mercado de carros elétricos “altamente disruptivo” e a nova concorrência estão a causar perdas significativas na região.

Este anúncio da Ford surge no momento em que a principal fabricante de veículos elétricos da China, a BYD, está a recuperar rapidamente o seu atraso nas entregas globais e a crescer “a dados vistos”.

Nos últimos anos, num contexto “altamente perturbador” de novos concorrentes de veículos elétricos, a Ford registou “perdas significativas”.

No âmbito da sua reestruturação, a empresa planeia reduzir 4000 postos de trabalho na Europa até ao final de 2027. A fabricante justificou esta ação com a “fraca situação económica” e a procura “inferior à prevista” de carros elétricos.

Os cortes previstos afetarão, principalmente, a Alemanha e o Reino Unido. Num comunicado de imprensa, a Ford informou que os outros mercados europeus registarão “reduções mínimas”.

Numa carta dirigida ao Governo alemão, o diretor financeiro da Ford, John Lawler, reiterou o compromisso da empresa para com a Europa e o objetivo de emissões para 2035. No entanto, lançou, também, um apelo urgente à ação para que todas as partes interessadas trabalhem em conjunto para fazer avançar a transição.

O que nos falta na Europa e na Alemanha é uma agenda política clara e inequívoca para fazer avançar a mobilidade eletrónica, como investimentos públicos em infraestruturas de carregamento, incentivos significativos para ajudar os consumidores a fazerem a transição para veículos eletrificados, melhoria da competitividade dos custos para as fabricantes e maior flexibilidade no cumprimento dos objetivos de conformidade com as emissões de CO2.

Apesar da reestruturação, a Ford continua a querer manter a sua posição relevante na Europa. Aliás, a próxima geração de veículos Ford para a Europa será “definida por software” com um design “diferenciado”.