Volkswagen vende fábrica e encerra operações em unidade polémica

A Volkswagen anunciou a saída da sua fábrica localizada em Xinjiang, na China, após anos de pressão por parte de investidores devido a acusações de abusos de direitos humanos na região. Organizações internacionais documentaram práticas como trabalho forçado em campos de detenção, alegações que o governo chinês nega.

Volkswagen vende fábrica e encerra operações em unidade polémica

A Volkswagen anunciou a saída da sua fábrica localizada em Xinjiang, na China, após anos de pressão por parte de investidores devido a acusações de abusos de direitos humanos na região. Organizações internacionais documentaram práticas como trabalho forçado em campos de detenção, alegações que o governo chinês nega.

A fábrica será vendida à Shanghai Motor Vehicle Inspection Certification (SMVIC), subsidiária da estatal Shanghai Lingang Development Group, que assumirá também as pistas de teste em Turpan e Anting, além de contratar os cerca de 200 funcionários ainda presentes no local. A transação, cujo valor não foi divulgado, foi acordada entre a Volkswagen e sua parceira chinesa SAIC, revela a ‘Reuters’.

Embora a fábrica tenha tido um papel importante no passado, nomeadamente na montagem do modelo Santana, a sua relevância diminuiu nos últimos anos, com a redução de operações e de pessoal. A Volkswagen negou rumores de que teria mantido a unidade aberta como exigência de Pequim para continuar a operar no mercado chinês, o maior da marca, mas onde enfrenta vendas em queda e concorrência feroz.

Além disso, a Volkswagen vai estender a sua parceria com a SAIC até 2040 e pretende lançar 18 novos modelos até 2030, incluindo dois veículos de alcance estendido para 2026, focados no mercado chinês. A marca alemã pretende apresentar mais de 30 modelos elétricos ou híbridos até o final da década, em colaboração com parceiros como a Xpeng, num esforço para recuperar mercado perdido para concorrentes como a BYD, que lidera atualmente as vendas na China.

A saída da fábrica em Xinjiang marca o fim da presença da Volkswagen na região, num momento em que as construtoras europeias enfrentam novos desafios, como o impacto potencial de uma guerra comercial entre a União Europeia e a China.