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Convocado pela Associação Democrática de Utentes da Ponte 25 de Abril (ADUP), que pede, também, a demissão do ministro das Finanças, está marcada para as 8 horas desta terça-feira um buzinão na Ponte 25 de Abril (ponte do Pragal) contra o preço dos combustíveis.
Recorde-se que no passado dia 6 houve um buzinão, desta feira de protesto pelo aumento das portagens nas duas travessias do Tejo em Lisboa: a entrada em Lisboa pela Ponte 25 de Abril vai subir entre 5 e 20 cêntimos conforme a classe do carro. Na ponte Vasco da Gama os aumentos vão ser maiores e começam nos 10 cêntimos na classe 1 e vão até um aumento de 30 cêntimos na classe 4.
Os combustíveis registaram, esta segunda-feira, o maior aumento de preço desde 2022 – o preço do litro da gasolina vai subir 3 cêntimos e o do gasóleo 5 cêntimos.
A Associação Nacional de Transportes Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) mostrou-se preocupada com estes aumentos. “É um problema grave porque temos uma economia muito desacelerada. Traz-nos muita apreensão porque somos nós que vamos sofrer o primeiro impacto. Tipicamente uma viatura de transporte internacional coloca entre três a quatro mil litros de combustível (…) estamos a falar de cerca de cinco cêntimos a mais por mil litros, portanto 50 euros, vezes quatro, estamos a falar só este impacto cerca de 200 euros a mais por mês”, avisa o presidente da ANTRAM, Gustavo Paulo Duarte.
Luís Montenegro garantiu esta segunda-feira que “enquanto funcionar o mecanismo” que determina o preço dos combustíveis, “com descidas e poucas subidas”, o Governo “vai manter a política sobre os combustíveis”. No entanto, “se atingirmos em algum momento um valor de subida constante e permanente que coloque em causa este equilíbrio, o Governo tomará as medidas para diminuir o impacto fiscal na formação do preço”.
“É um dia difícil, em que o custo está a subir. Mas não estamos, nem de perto nem de longe, numa circunstância em que de um momento para o outro temos diante de nós um cenário de escalada do preço constante”, referiu o primeiro-ministro. “Temos de ver nas próximas semanas.” “Imagine-se que nas próximas semanas o preço desce. Se acontecer, toda esta análise de hoje cai por terra. Agora imagine-se que nas próximas duas, quatro ou 10 semanas, o preço tem uma subida permanente – aí o Governo vai intervir com um mecanismo de correção, nomeadamente diminuindo o impacto que o IVA tem sobre o preço.” Montenegro garantiu que, “nessa altura, podemos usar o ISP para fazer uma correção essa anomalia”.
“Estamos disponíveis para isso”, salientou Montenegro, garantindo que “esta não é a altura para fazer isso”. “Este alarme não é justificado. Os aumentos de hoje são significativos, mas também tem havido muitas semanas em que tem diminuído. No cômputo geral, nos últimos meses, não há uma oscilação de maneira a provocar uma mexida por parte do Governo. Quando houver, cá estaremos e fá-lo-emos.”