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Em 2024, o preço da eletricidade tornou mais caro um carregamento de um carro elétrico na via pública do que abastecer um veículo a diesel: as contas são da Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE), no seu balanço anual, que apontou que, em média, utilizar a rede pública de carregamento ficou 3% mais caro do que usar gasóleo.
Segundo a UVE, comparando o carregamento na rua ou em casa para percorrer 100 quilómetros, o preço é 73% mais caro do que a rede pública de carregamento. O aumento do preço da eletricidade motivou queixas da UVE, que alertou que “a transição energética ao nível da mobilidade tem de ser acessível a todos”.
“A Mobilidade Elétrica não pode ser exclusiva daqueles que têm onde carregar fora da rede pública e a aceleração da transição energética ao nível da mobilidade tem de ser acessível a todos”, indicou a associação.
“Em 2024 assistimos a um aumento de 5% em média, nos custos de carregamento na rede pública, com os novos postos que entraram em funcionamento em dezembro de 2024 a apresentarem valores, em média, 28% superiores aos existentes em janeiro de 2024”, apontou a UVE.
“A UVE apresentou, em 2022, a sua proposta de simplificação dos tarifários, com a definição de uma tarifa em kWh a partir do minuto zero, incorporando posteriormente uma tarifa em função do tempo a partir de um determinado momento, variável de acordo com a potência do posto. Mas, passados 2 anos sobre esse trabalho, apenas 11,4% da rede de pontos de carregamento público adotou esta simplificação”, referiu a Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos.
Por último, a UVE salientou que “se algo aprendemos nos últimos largos meses, é que parece definitivamente claro que vender eletricidade para o carregamento de veículos elétricos não é como vender um café ou qualquer outro serviço que inclua a eletricidade como parte do seu conteúdo. O carregamento de um veículo elétrico obriga à criação de regras especificas para a venda dessa eletricidade, tem de estar profundamente integrado no setor elétrico, sob pena de criarmos mais problemas do que soluções ao tentar negar esta realidade”.