Em 1917, uma enfermeira revolucionou as estradas com uma solução que ainda utilizamos

Em 1917, uma enfermeira revolucionou as estradas com uma solução que ainda utilizamos

Nem todos os condutores conduzem de forma exímia, mas as regras estão definidas para proporcionar o máximo de segurança possível. Uma das soluções que utilizamos ainda hoje remonta a 1917 e resulta do desenho que uma enfermeira dos Estados Unidos decidiu fazer na estrada.

No outono de 1917, enquanto conduzia nos arredores de Indio, na Califórnia, nos Estados Unidos, a enfermeira June McCarroll chocou com um grande camião, que seguia a alta velocidade pelo meio da estrada.

Na altura, as estradas funcionavam de forma caótica, pelo que a enfermeira, que circulava com frequência no Coachella Valley, como a única profissional de saúde do território, conhecia a realidade associada aos acidentes.

Quando foi projetada pelo camião para fora da estrada, June McCarroll pensou na solução que utilizamos até hoje: pintar uma linha branca no centro da estrada para maior segurança rodoviária. Nesse ano, pintou a primeira linha rodoviária conhecida na Califórnia, na Indio Boulevard – na altura, parte da estrada 99.

Com a solução em mente, June McCarroll demorou vários anos a vê-la implementada, tendo visitado câmaras de comércio e departamentos de estradas locais.

Eventualmente, discutiu a sua ideia no Clube de Mulheres de Indio. Num ápice, os clubes do estado da Califórnia mobilizaram-se e conseguiram apresentar um projeto de lei no congresso estadual para introduzir a medida.

Após traçar uma linha com cerca de 800 metros, em 1917, June McCarroll viu a sua ideia ser aplicada em mais de 5,6 quilómetros de estrada, com a prática a ser adotada pela California Highway Commission, em 1924.

🏅 Em 2002, a Califórnia deu o seu nome a uma parte da autoestrada.

Embora não tenha sido exatamente a primeira pessoa a delinear uma estrada para maior segurança, havendo outros casos anteriores relatados, inclusivamente nos Estados Unidos, a história de McCarroll importa, pois é um dos primeiros casos documentados em que a sociedade civil se consciencializou sobre o problema da segurança rodoviária e se organizou para o solucionar – uma solução que ainda utilizamos.