
A Tesla registou, em janeiro, o seu primeiro declínio anual nas entregas de veículos, passando de 1,8 milhões de unidades em 2023 para 1,79 milhões em 2024. No entanto, um estudo da Finbold aponta que a média de entregas diárias da fabricante de veículos elétricos (EV) permaneceu robusta, atingindo 4.889 unidades, com crescimento trimestre a trimestre.
O volume total de entregas aumentou consecutivamente ao longo de 2024, com um crescimento de 14,77% do primeiro para o segundo trimestre e de 7,06% do terceiro para o quarto trimestre. Durante os primeiros três meses do ano, a Tesla entregava em média 4.251 veículos por dia, número que subiu para 5.387 no último trimestre.
Apesar da tendência ascendente, há fatores externos que podem influenciar o desempenho da Tesla. Reduções significativas de preços em vários modelos impulsionaram as entregas, mas também contribuíram para perdas de receita, como o prejuízo de 1,5 milhões de dólares recentemente registado. Paralelamente, a melhoria das condições financeiras nos EUA e o afastamento do risco de recessão favoreceram as vendas.
No entanto, a ligação política entre Elon Musk e Donald Trump pode ter repercussões negativas. No início de 2025, surgiram dados que indicam uma queda de até 50% nas vendas da Tesla em vários países europeus face ao primeiro trimestre de 2024. Entre os motivos apontados está a transição para o novo Model Y, que afetou a produção e os stocks, e a crescente polarização política, que pode levar potenciais compradores a evitar a marca.
As decisões políticas de Trump, como o fim da obrigatoriedade de veículos elétricos, também podem impactar as vendas da Tesla nos EUA. Além disso, tarifas e políticas geopolíticas do novo governo poderão influenciar a estratégia da empresa.
Apesar do crescimento registado em 2024, o desempenho da Tesla em 2025 continua incerto. O impacto das novas políticas governamentais e a capacidade da empresa de avançar no desenvolvimento de inteligência artificial e novos produtos, como o “robotaxi” e os robôs humanóides “Optimus”, serão decisivos para o futuro da fabricante.