Mercedes vai reduzir os custos de produção em 10%, após queda nos lucros em 2024

Mercedes vai reduzir os custos de produção em 10%, após queda nos lucros em 2024

Em mais um reflexo da instabilidade da indústria automóvel, o Grupo Mercedes-Benz prevê uma queda acentuada dos lucros este ano, planeando reduzir os custos à medida que enfrenta uma concorrência feroz e uma procura desigual no mercado global.

A Mercedes registou um declínio de 30% nos lucros antes de juros e impostos, em 2024, com a margem de produção de automóveis da empresa a cair para 8,1%, abaixo dos 12,6% do ano anterior.

Para 2025, a fabricante europeia prevê que as vendas sejam ligeiramente inferiores ao número do ano anterior e um retorno ajustado sobre as vendas de apenas 6-8% na sua unidade de automóveis.

As vendas unitárias devem ser inferiores aos 1,98 milhões de veículos vendidos em 2024, uma previsão que provavelmente dececionará investidores e representantes dos trabalhadores, que pediram um objetivo de vendas mínimo de 2 milhões de carros para utilizar totalmente a capacidade de produção.

Ola Kallenius, diretor-executivo da Mercedes

Num comunicado, hoje, o diretor-executivo da Mercedes, Ola Kallenius, afirmou que “para garantir a competitividade futura da empresa num mundo incerto, estamos a tomar medidas para tornar a empresa mais rápida, mais enxuta e mais forte”.

Para isso, a fabricante de automóveis planeia reduzir os custos de produção em 10% até 2027 e trabalhar com os fornecedores para reduzir os custos dos materiais.

 

Instabilidade da indústria reflete-se nas decisões difíceis das fabricantes

Conforme temos acompanhado, com decisões semelhantes a serem tomadas por outras fabricantes, a Mercedes registou uma diminuição da procura dos seus veículos nos principais mercados.

A procura na Europa, por exemplo, manteve-se abaixo dos níveis anteriores à pandemia, e os consumidores chineses optaram por modelos elétricos domésticos mais acessíveis.

Segundo tem sido, também, apontado, parte do declínio foi impulsionado pela transição para os veículos elétricos, com as vendas dos modelos eletrificados a ficarem aquém das expectativas, apesar dos grandes investimentos e da pressão crescente.

Já algumas fabricantes de automóveis precisaram de cortar custos e regressar às suas linhas de motores de combustão.