Startup de energia cria estratégia para aquecer a água das casas de forma gratuita

Startup de energia cria estratégia para aquecer a água das casas de forma gratuita

Os data centers e supercomputadores geram enormes quantidades de calor residual. Uma nova iniciativa, apoiada pela British Gas, está a ser testada no Reino Unido através da Heata, uma empresa que pretende reaproveitar o calor gerado pelo processamento de dados para fornecer água quente gratuita a agregados familiares.

Como funciona este sistema da Heata?

O sistema desenvolvido pela Heata canaliza o calor resultante do processamento intensivo de dados diretamente para o cilindro de água quente de uma casa. Desta forma, reduz-se a fatura energética e minimiza-se a necessidade de sistemas de arrefecimento de alto consumo nos data centers convencionais.

Trata-se de um pequeno servidor que é instalado diretamente no cilindro de água quente da casa. Esta unidade processa cargas de computação na cloud e, ao fazê-lo, gera calor. Em vez de desperdiçar esse calor, como acontece nos data centers tradicionais, é transferido diretamente para a água do cilindro, aquecendo-a de forma eficiente e gratuita para o utilizador.

O calor desperdiçado é um problema significativo nos data centers, levando a custos elevados para refrigeração. Por outro lado, atravessamos uma crise energética e muitas famílias têm dificuldades em manter as suas casas aquecidas. A nossa tecnologia junta estas duas realidades.

Criámos um data center distribuído onde os servidores estão ligados aos cilindros de água quente domésticos, permitindo que o calor gerado pelo processamento seja reaproveitado para fornecer água quente gratuitamente.

Explicou Chris Jordan, co-fundador da Heata.

Água quente de graça!

Cada unidade pode fornecer até 4 kWh de água quente diários, o que pode representar uma poupança anual de até 400 euros por família. Para testar o conceito, a British Gas instalou dez destas unidades nas casas de alguns dos seus funcionários, utilizando o sistema para processar os seus próprios dados e, simultaneamente, aquecer água gratuitamente para os utilizadores.

Projetos inovadores como este demonstram como o Reino Unido está a posicionar-se na vanguarda da redução das emissões de carbono.

A Heata é pioneira na forma como desenvolveu uma solução para reutilizar o calor residual, proporcionando poupanças significativas tanto em custos como em emissões de carbono. Temos orgulho em apoiar este teste e partilhar informações que ajudem a Heata a expandir a sua oferta.

Afirmou Paul Lodwidge, responsável de Produtos e Propostas Energéticas da British Gas.

Esta não é a primeira vez que se estuda a possibilidade de aproveitar o calor desperdiçado dos data centers. Em 2024, foi noticiado que investigadores do Reino Unido estavam a explorar formas de armazenar o calor excedente gerado pela infraestrutura de computação avançada da Universidade de Edimburgo em minas desativadas, para depois distribuí-lo pelas habitações através de bombas de calor.

Além disso, têm sido desenvolvidos diversos projetos por toda a Europa para reaproveitar o calor residual dos data centers de formas inovadoras.

 

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