Alemanha prepara-se para a guerra e põe fábricas automóveis a fazer armas

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Alemanha prepara-se para a guerra e põe fábricas automóveis a fazer armas
Alemanha

O pontapé na mesa geopolítica que a chegada de Donald Trump à Casa Branca trouxe forçou os países europeus a desenvolver os seus próprios planos de defesa. E os movimentos entre empresas do velho continente não tardaram a chegar. O maior fabricante europeu de armas, a empresa alemã Rheinmetall, anunciou que irá reorganizar as suas instalações em Berlim e Neuss, que até agora fabricavam peças automóveis, para produzir munições e outros produtos de defesa.

De acordo com os planos da empresa, adianta o ‘El Confidencial’, ambas as fábricas passarão a fazer parte da divisão de Armas e Munições da Rheinmetall e servirão como fábricas híbridas. Isto, dizem, permite o fabrico de armas e ao mesmo tempo garante parte da produção automóvel existente.

A empresa afirma que ainda não foram tomadas decisões finais sobre a nova estrutura das fábricas. Embora garantam que os explosivos não serão processados ​​nas instalações, mas sim para a produção de componentes mecânicos e de proteção para uso militar.

“Acima de tudo, as fábricas irão beneficiar da força industrial que o Grupo Rheinmetall tem como grande fornecedor de equipamento militar, bem como da elevada procura de clientes na Alemanha e em todo o mundo”, explicam fontes da Rheinmetall à Reuters. “Estamos bem preparados e não precisamos ser tímidos: devemos agir agora pela segurança na Europa”, afirma Armin Papperger, diretor-geral da empresa.

A Rheinmetall não é a única empresa alemã que está a transformar as suas instalações civis em fábricas de produção militar. No início deste mês, a KNDS Deutschland anunciou a sua intenção de redirecionar a sua fábrica de vagões ferroviários de Goerlitz, no leste do país, para a produção de veículos blindados, como o tanque de guerra LEOPARD 2 e o veículo de combate de infantaria PUMA.

Uma aposta nos gastos militares

A pressão de Trump sobre a Europa para aumentar os seus gastos militares e a recente cimeira de segurança realizada em Munique, depois de o presidente dos EUA ter ignorado a UE e a Ucrânia nas negociações de paz com a Rússia, fizeram com que as ações dos fabricantes de armas europeus disparassem.

O Índice Aeroespacial e de Defesa STOXX (.SXPARO) atingiu máximos históricos na semana passada. A aposta dos investidores é que os governos europeus entrem numa escalada de gastos em armas e equipamento militar para aliviar a dependência dos Estados Unidos em termos de defesa.

“Para mim será uma prioridade absoluta fortalecer a Europa o mais rapidamente possível para que, passo a passo, deixemos verdadeiramente de depender dos Estados Unidos”, afirmou Friedrich Merz, que possivelmente será o novo chanceler alemão, num encontro televisivo com os principais candidatos às eleições gerais alemãs.