
Uma subsidiária da empresa química BASF – TrinamiX – desenvolveu, entre outros sistemas biométricos, um capaz de ler remotamente o pulso dos ocupantes ou o nível de álcool no sangue, sendo que a Continental quer agora levá-lo para os carros.
As tecnologias à disposição nos carros são imensas: há modelos que basta esticar o braço e segurar a maçaneta para abrir o carro através da radiofrequência – outros em que já não preciso ligar a ignição para colocar o carro em marcha. Mas a proposta das empresas TrinamiX e da Continental é de outro nível: os sensores invisíveis no veículo vão detetar a concentração de álcool no sangue do motorista e poderá impedir a partida do carro – bastará tocar num botão para determinar se está apto para conduzir.
A TrinamiX desenvolveu um sistema biométrico que vai além da leitura de impressões digitais para controlo de acesso. De forma não invasiva, através de um espectrografia infravermelha, o carro consegue medir, entre outras coisas, o nível de álcool no sangue. De acordo com a empresa, é confiável.
E se não estiver em condições e quiser colocar um passageiro sóbrio para fazer a medição diante da câmara, a câmara não se deixa enganar: o sistema é capaz de criar um mapa 3D da posição dos ocupantes, pelo que o ‘olho espião’ não admitiria ninguém que não estivesse ao volante.
O dispositivo de mapeamento é chamado de “ecrã de sensor biométrico invisível” e, ao típico estilo alemão, descreve exatamente o que faz. Uma vez integrado ao carro, fica invisível, porque os sensores, uma câmara infravermelha de 1,5 megapixel e um projetor a laser — que dizem ser amigáveis aos olhos — focam nos ocupantes escondidos atrás da tela OLED (seja o painel de instrumentos, a tela multimedia central ou outro).
O principal objetivo desta tecnologia será acionar os airbags de forma otimizada em caso de colisão. O equipamento de perceção biométrica é capaz de determinar, através da geração de uma matriz de pontos, a localização exata, distâncias ou corpulência dos ocupantes.
Graças à espectrografia infravermelha, podem também ler a camada profunda da pele, a derme, e monitorizar constantemente os batimentos cardíacos. O carro poderá apresentar essas informações de frequência cardíaca ao motorista sempre que quiser (e manter registos, ver a sua evolução para estimar o grau de stress). Também seria capaz de realizar reconhecimento facial para autorizar o uso do veículo e, como lê sinais vitais, não poderia ser enganado simplesmente colocando uma máscara ou tirando uma fotografia.
O sistema da Continental e da TrinamiX permitirá que o carro não aja apenas com base em padrões de desatenção contínua ao dirigir, adicionando esses biomarcadores relacionados à saúde. Além do pulso, o Trinamix usa espectroscopia para medir os níveis de lactato, o que pode revelar um motorista em choque, insuficiência respiratória ou outras deficiências graves.