Um acidente com um carro elétrico da Xiaomi, o SU7, resultou na morte de três estudantes. Está a ser investigado pelas autoridades e levanta questões sobre a fiabilidade da tecnologia de condução autónoma. A Xiaomi afirmou na quarta-feira que está a cooperar totalmente com a polícia para apurar as circunstâncias deste sinistro.
Acidente fatal com Xiaomi SU7
O incidente ocorreu no passado sábado na autoestrada Dezhou-Shangrao, na província de Anhui, no leste da China. O SU7, onde seguiam as três jovens, colidiu violentamente contra uma barreira de betão. De acordo com um relatório divulgado pela própria empresa, o carro circulava a 116 quilómetros por hora em modo “Navegação em Autopiloto” momentos antes do embate.
A Xiaomi detalhou que o sistema detetou um obstáculo na via e emitiu um aviso, devolvendo o controlo da direção ao condutor segundos antes da colisão. O impacto com a barreira deu-se a uma velocidade registada de 97 quilómetros por hora. Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram o veículo envolto em chamas na sequência do acidente, restando depois apenas uma carcaça carbonizada.
O fundador da Xiaomi, Lei Jun, manifestou publicamente o seu pesar e garantiu a colaboração contínua da empresa com as autoridades policiais. No entanto, o acidente gerou uma onda de preocupação e debate entre os internautas chineses relativamente à segurança e eficácia do sistema de condução autónoma da Xiaomi. Questionou-se também por que motivo o carro se incendiou e se os mecanismos de segurança, como a abertura das portas em caso de emergência, funcionaram.
Receios sobre a condução autónoma
Aumentando a pressão sobre a empresa, uma mulher que se identificou como a mãe da condutora recorreu à rede social Weibo para expressar a sua dor e frustração. Acusou a Xiaomi de não a ter contactado diretamente e de “não levar a sério a vida destas três crianças”. Nas suas palavras: “Como familiares das vítimas, temos muitas perguntas. Porque é que o veículo se incendiou após bater na barreira? Só queremos uma explicação”.
A Xiaomi, um gigante tecnológico mais conhecido pelos seus telemóveis e outros produtos eletrónicos, entrou no competitivo mercado de carro elétricos em março de 2024 com o lançamento do SU7. O modelo teve uma receção forte, com vendas significativas reportadas. A empresa sempre salientou que a sua tecnologia de condução é um sistema de assistência avançado, não de autonomia total, e não substitui a atenção e o controlo do condutor.
Na quarta-feira, a fabricante de baterias CATL veio a público clarificar que o veículo sinistrado não estava equipado com as suas baterias. A Xiaomi informou ainda ter constituído uma equipa interna dedicada a investigar o acidente e que já estabeleceu contacto com as famílias das vítimas através das autoridades locais. O incidente coincidiu com uma desvalorização das ações da empresa, que caíram cerca de 5%. A investigação oficial prossegue para determinar as causas exatas desta tragédia.