A nova guerra comercial iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, poderá ter um sério impacto nas margens de lucro da Audi e outras marcas. A Volkswagen, empresa-mãe da marca alemã, decidiu colocar em pausa as exportações para os EUA. Ainda assim, marca tem 37 mil carros em stock ainda têm de ser vendidos.
Exportações da Audi para EUA em pausa
Os impostos alfandegários terão repercussões graves na indústria automóvel europeia, particularmente na alemã. A BMW, a Mercedes e a Volkswagen são os principais fabricantes que negoceiam com os EUA. Perante o novo risco das taxas alfandegárias de Donald Trump e uma potencial escalada com a União Europeia, a Volkswagen acaba de dar o alarme. A Audi deixou de exportar os seus carros para os EUA.
Segundo a Reuters, a Audi está a reter os carros que chegarem depois de 2 de abril, data em que Donald Trump impôs uma taxa alfandegária de 25% nos portos dos EUA, além da tarifa existente de 2,5%. A Audi tem atualmente 37.000 unidades em stock, o equivalente a dois meses de vendas, no seu stock americano, informou um porta-voz da marca.
Entre os seus modelos comercializados nos Estados Unidos, a Audi fabrica a maior parte da sua gama na Europa (Alemanha, Eslováquia, Hungria). A marca tem ainda fábricas no México. O Audi Q5 representa um quarto dos Audi vendidos nos Estados Unidos.
Volkswagen perde com tarifas de Trump
A única fábrica da Volkswagen nos EUA é a de Chattanooga, no Tennessee. A empresa está agora a concentrar-se ali para a produção de um dos seus carros elétricos, o ID.4. Em março de 2025, face à fraca procura dos clientes, a fábrica anunciou uma redução da produção.
Com mais 25% em impostos, o impacto no preço de compra dos Audis nos Estados Unidos distanciará instantaneamente a marca dos seus concorrentes locais, como a Ford e a Tesla. Como resultado, os investidores nos mercados financeiros não tardaram a manifestar as suas dúvidas. Desde meados de março, as ações do grupo Volkswagen perderam mais de 20%.
Na segunda-feira, 7 de abril, Donald Trump rejeitou a proposta da UE de impor um sistema tarifário “zero por zero” sobre os produtos industriais. Isto aconteceu enquanto os executivos dos fabricantes de automóveis se reuniam com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para discutir a forma como a UE, composta por 27 países, iria responder.