China restringe exportações globais de terras raras

China restringe exportações globais de terras raras

Reforçando a guerra comercial e sublinhando o seu domínio nesta matéria, a China está a restringir a exportação de terras raras para todo o mundo. Estes materiais são críticos para vários setores importantes, como o automóvel, aeroespacial e da defesa.

A China restringiu a exportação de sete terras raras e materiais relacionados, essenciais para as indústrias da defesa, energia e automóvel, no dia 4 de abril, segundo avançado por fontes familiarizadas com o assunto, citadas pela Reuters.

Esta decisão integra o seu plano de retaliação contra os aumentos das taxas impostos pelo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) sobre os produtos chineses.

A imprensa aponta para um risco de escassez no estrangeiro, uma vez que os exportadores chineses terão de aguardar a emissão de licenças governamentais.

Para exportarem as terras raras, os exportadores precisam, agora, de solicitar licenças ao Ministério do Comércio da China, num processo que pode variar entre seis ou sete semanas e vários meses.

Quando os meus clientes perguntam quando é que as suas cargas poderão sair da China, damos-lhes um prazo estimado de 60 dias, mas, na realidade, pode demorar mais tempo do que isso.

Disse um comerciante de terras raras da China, que falou, à Reuters, sob condição de anonimato.

Segundo os fornecedores chineses, caso as restrições durem mais de dois meses, os stocks tipicamente acumulados pelos clientes podem esgotar-se.

Este cenário poderá ser especialmente difícil para os clientes dos EUA: tendo em conta a guerra comercial instalada, os americanos poderão ter ainda mais dificuldade em obter as licenças de exportação.

Atualmente, a China produz cerca de 90% das terras raras do mundo. Considerando este domínio, restringir as exportações sublinha o facto de o país poder praticamente cortar o fornecimento de materiais vitais ao funcionamento de várias das indústrias-chave, globalmente.