Salão Automóvel de Xangai: mais de 70 marcas e 100 modelos novos ou renovados

Salão Automóvel de Xangai: mais de 70 marcas e 100 modelos novos ou renovados

Os salões automóveis entregam sempre incontáveis novidades, com várias marcas a fazerem estreias e a apresentarem renovações. Com a China a representar uma importante fatia do mercado, o que esperar do evento em Xangai?

A decorrer de 23 de abril a 2 de maio, o principal mercado mundial de veículos elétricos e híbridos dará palco a mais de 70 marcas chinesas e internacionais, que apresentarão mais de 100 modelos novos ou renovados.

Em crescimento exponencial, as marcas chinesas mais vendidas, como a BYD e a Geely, deverão ser o centro das atenções, ao mesmo tempo que estarão presentes fabricantes de automóveis estrangeiras, como a Volkswagen, a Nissan, a Toyota e a marca Cadillac da General Motors.

Segundo a Reuters, cerca de uma dúzia de novos modelos a estrear-se no Salão Automóvel de Xangai serão crossovers elétricos com preços que procurarão competir diretamente com o Model Y da Tesla, “aumentando potencialmente os desafios crescentes da fabricante americana na China e no mundo”.

Conforme recordado, a Tesla tem perdido quota de mercado na China, passando de um pico de 15% em 2020 do mercado de veículos elétricos a bateria do país para 9% no primeiro trimestre. Além disso, as suas vendas anuais diminuíram globalmente, pela primeira vez, no ano passado.

Muitos dos concorrentes do Modelo Y, a serem mostrados esta semana, deverão oferecer carregamento de bateria mais avançado, funcionalidades de assistência ao condutor e entretenimento no carro, por um preço mais baixo.

 

Condução automatizada no Salão Automóvel de Xangai

Com o Salão Automóvel de Xangai à porta, fala-se de condução automatizada. Afinal, à medida que a guerra de preços se estende, desde há vários anos, as caraterísticas de condução automatizada da próxima geração tornaram-se num motivo de disputa para as vendas e lucros dos veículos.

Aparentemente, os planos das fabricantes de automóveis para promoverem os seus sistemas de assistência ao condutor da próxima geração, em Xangai, foram interrompidos por uma repressão governamental das declarações de marketing que utilizam termos como “inteligente” ou “autónomo” para descrever a tecnologia.

Os avisos surgiram, após um acidente fatal do Xiaomi SU7, em março. Conforme informámos, o veículo foi de encontro a um poste e incendiou-se, resultando na morte de três estudantes.

O escrutínio governamental fez com que as fabricantes de automóveis chinesas, como a BYD e a Zeekr, se esforçassem por rever as suas apresentações, procurando salientar a importância da cautela do condutor.

Estes sistemas de assistência tornaram-se um fator-chave de diferenciação entre as fabricantes de automóveis, num mercado de veículos elétricos verdadeiramente concorrido.

De facto, a BYD conseguiu ultrapassar a concorrência no desenvolvimento desses sistemas, com o anúncio, em fevereiro, do sistema de assistência ao condutor “God’s Eye” como equipamento de série gratuito em toda a sua gama, incluindo nos modelos mais baratos.

Entretanto, no Salão Automóvel de Xangai, a marca Zeekr da Geely planeia lançar o seu primeiro modelo equipado com a chamada tecnologia de assistência ao condutor de nível 3. Este permitir uma condução sem mãos em autoestradas e ruas da cidade, exigindo, ainda assim, a atenção dos condutores.

Segundo a marca, as suas conferências de imprensa centrar-se-ão, contudo, na apresentação de modelos híbridos e na tecnologia de baterias.

 

Setor automóvel na China

Ainda segundo a Reuters, independentemente dos desafios regulamentares, o setor dos “veículos de energia nova” (em inglês, NEV) da China – incluindo modelos totalmente elétricos e uma grande variedade de híbridos a gasolina – continua a registar um aumento histórico das vendas.

Agora, os veículos eletrificados representam mais de metade de todas as vendas de automóveis novos na China, com uma percentagem muito superior à dos Estados Unidos, da Europa e de quase todos os outros mercados globais.

Os números apontam para a concretização de um objetivo que a China estabeleceu inicialmente para 2030.

A par do crescimento da indústria automóvel chinesa, as entidades reguladoras estão, também, a reforçar as normas relativas às baterias dos veículos elétricos, com o objetivo de reduzir os riscos de incêndios e explosões.