A Tesla está sob pressão para apresentar uma nova narrativa que volte a entusiasmar os investidores, numa altura em que a empresa enfrenta um dos piores trimestres da sua história recente.
A fabricante liderada por Elon Musk divulga esta terça-feira os resultados do primeiro trimestre de 2025, num cenário de lucros em queda, receitas estagnadas e uma marca em desgaste.
Desde o início do ano, as ações da Tesla recuaram 53% em relação ao pico atingido em dezembro, resultado de um arranque de ano marcado por vendas em forte desaceleração e polémicas políticas envolvendo Elon Musk. O envolvimento do CEO com figuras ligadas ao governo Trump e o Departamento de Eficiência Governamental foi apontado como um dos fatores a penalizar a confiança dos consumidores e investidores.
“A Tesla está estagnada num vazio de informação, enquanto Elon Musk se distrai com criptomoedas e a concorrência em veículos elétricos ganha terreno”, comentou Dave Mazza, CEO da Roundhill Investments, em declarações à ‘Bloomberg’.
Apesar das dificuldades, a empresa mantém uma valorização bolsista elevada, negociando a 78 vezes os lucros futuros — bem acima da média do índice S&P 500, que ronda os 19, ou mesmo da média das chamadas “Sete Magníficas”, cotadas a cerca de 23 vezes os lucros.
Segundo dados da Bloomberg, os analistas reduziram as estimativas de lucro da Tesla em cerca de 12% no último mês e as previsões de receita em mais de 6%.
A curto prazo, os investidores esperam esclarecimentos sobre o muito aguardado serviço de robotáxis, previsto para arrancar em Austin já em junho, e sobre novos modelos mais acessíveis que possam concorrer com veículos como os da chinesa BYD.
A conferência de resultados desta terça-feira poderá ser decisiva para reverter o sentimento negativo em torno da empresa e reconquistar a confiança dos mercados. Tudo dependerá de Elon Musk — e da história que estiver disposto a contar.
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