McMurtry Spéirling anda ao contrário e conseguiu destruir um recorde de duas décadas

McMurtry Spéirling anda ao contrário e conseguiu destruir um recorde de duas décadas

As tecnologias que os concept experimentam, muitas vezes são a ficção que a realidade precisa. Hoje mostramos um exemplo desse futurismo. Falamos do McMurtry Spéirling, um carro que anda de rodas para o ar e destrói recordes!

Stig foi “atropelado” pelo Stig no incrível McMurtry Spéirling

O McMurtry Spéirling acaba de redefinir o que significa realmente “hipercarro”. Sim, mais que super e antes de Deus!

Esta pequena fera elétrica monoposto destronou um recorde de 21 anos, que pertencia a um carro de Fórmula 1, na pista de testes do Top Gear… e não foi de forma subtil. Arrasou por completo o antigo número!

A pista de testes do Top Gear tem sido uma referência em velocidade desde 2002, quando Jeremy Clarkson, Richard Hammond e James “Captain Slow” May eram os apresentadores.

O Hipercarro está equipado com tecnologia Downforce-on-DemandTM da McMurtry o que lhe permite, entre outras coisas, imprimir velocidades acima dos 150 km/h em curvas apertadas, sem perder tração.

O Stig era o “boneco de testes da velocidade” no circuito desenhado pela Lotus, destruindo pneus e extraindo tudo o que cada carro tinha para dar – desde o Ferrari FXX até ao Reliant Robin.

A equipa não só colocou alguns dos carros mais rápidos, caros, exóticos e desejáveis a enfrentar as 12 curvas da pista, como também enfiaram várias celebridades em carros lentos, práticos e “razoavelmente acessíveis” para competirem pelo título da volta mais rápida.

Personagens memoráveis como do falecido Sir Michael Gambon, a quem até deram o nome da última curva, depois de quase capotar o seu Suzuki Liana numa volta de 1:55 absolutamente aterradora e digna de um “Dumble-yeehaw”. Ou Tom Cruise, no Kia Cee’d, a estabelecer uma “Missão Improvável” com uma volta em duas rodas e um atalho na curva Gambon, com o tempo de 1:44.2. Até o próprio Stig (ou “a” Stig?) só conseguiu um 1:44.4 no Liana.

Em 2004, o piloto de testes da Renault, Heikki Kovalainen, vestido como o Stig, estabeleceu um tempo recorde impressionante de 59 segundos redondos. Um tempo que se manteve inalcançável durante mais de duas décadas.

O segundo melhor tempo era de um Lotus T125 – basicamente um carro de F1 de 2010 ligeiramente “desmodificado” para milionários – e ainda assim 4,8 segundos mais lento que o Renault R24 de Fórmula 1. Uma diferença enorme.

E depois… aconteceu isto!

O McMurtry Spéirling Pure VP1 deu uma volta à pista de testes do Top Gear, no aeródromo de Dunsfold, em 55,9 segundos, sob o controlo de ferro do Stig. O Spéirling, totalmente legal para circular em estrada, fez a volta 3,1 segundos mais rápido do que um carro de Fórmula 1 de topo.

“Como?”, perguntará o leitor atento?

O McMurtry Spéirling é um carro “com ventosas”. Ou seja, tem duas ventoinhas gigantes por baixo, que sugam o ar da parte inferior como se estivessem a tentar arrancar o alcatrão e expulsam-no pela traseira como um F-35 em pós-combustão.

As ventoinhas geram 1.814 kg de força descendente (downforce) mesmo parado, dando-lhe tanta aderência como um geco em fita-cola.

Tanta aderência, aliás, que há dias o McMurtry conduziu completamente de cabeça para baixo.

Características:

  • Tecnologia: 100% Elétrico
  • Aceleração dos 0 aos 100 km/h: 1,4 segundos
  • É legal? Sim, para estrada (no Reino Unido, pelo menos)
  • Tecnologia de destaque: duas ventoinhas de alta potência que criam downforce ativa em tempo real
  • Downforce: gera 2.000 kg de downforce mesmo parado
  • Medidas: 3,45 metros de comprimento e 1,5 metros de largura
  • Peso: cerca de 1.000 kg
  • Feitos: Em 2022, bateu o recorde absoluto na mítica subida de Goodwood Festival of Speed com o tempo de 39,08 segundos

Este bólide foi criado por um ex-engenheiro da Fórmula 1, Sir David McMurtry, um inventor com passado na Rolls-Royce e na Renishaw.

O projeto do Spéirling foi levado a cabo com pessoal que trabalhou em F1, Le Mans e outras áreas de topo.