A mudança para a mobilidade elétrica é um movimento imparável. Com a proibição dos veículos de combustão interna prevista para 2035 na União Europeia, os carros elétricos serão as estrelas do futuro. A grande dúvida é mesmos sobre a sua fiabilidade. Agora, sabe-se que a idade média para substituir um carro a gasolina é de 12 anos. Mas quanto será nos elétricos?
Idade média de um carro a gasolina é de 12 anos
Se observarmos o comportamento atual dos condutores, o quadro é mais complexo do que parece. Um estudo recente revelou que, enquanto os proprietários de automóveis a gasolina ou a gasóleo mantêm os seus veículos durante mais de uma década, aqueles que optam por um automóvel elétrico trocam-no em menos de quatro anos.
Esta diferença reflete não só a evolução tecnológica, mas também uma mudança nos hábitos de consumo, no tipo de aquisição mais comum e na perceção de valor a longo prazo. Segundo o relatório da S&P Global, os veículos com motor de combustão estão a ter uma vida útil cada vez maior. Nos Estados Unidos, a média é de 12,5 anos, subindo para 13,6 anos para os automóveis de passageiros. Na Europa, sobretudo em países como Espanha, este número é ainda mais elevado.
Os carros elétricos, por outro lado, mudam geralmente de mãos muito antes. A média é de apenas 3,6 anos. Esta rotatividade mais rápida está intimamente ligada ao modelo de compra predominante. Uma parte significativa dos utilizadores opta por opções de aluguer (leasing) ou renting, que normalmente têm contratos de cerca de quatro anos. No final deste período, muitos utilizadores preferem atualizar para um modelo mais recente e eficiente.
Quanto é este tempo nos carros elétricos?
Há várias razões que explicam esta tendência. O primeiro é o perfil do comprador. Por serem mais caros do que os carros a combustão, os carros elétricos tendem a atrair um público mais abastado, mais inclinado a mudar de modelo a cada poucos anos.
Além disso, existe alguma incerteza sobre o desempenho a longo prazo das baterias. Embora os fabricantes garantam uma vida útil mínima de 8 anos, o custo de substituição de uma bateria pode ultrapassar os 10.000 euros. Esta preocupação faz com que muitos condutores evitem correr este risco e optem por devolver o carro no final do contrato de aluguer.
O avanço tecnológico também desempenha um papel, uma vez que surgem novos modelos elétricos mais eficientes todos os anos. Estes têm maior alcance e tempos de carregamento reduzidos, o que incentiva os condutores a atualizarem rapidamente.
As causas para esta mudança de comportamento
Esta constante renovação dos carros elétricos tem um impacto direto no mercado de usados. Muitos veículos alugados acabam ali, gerando uma oferta crescente. Isto levou a uma queda significativa dos preços. Só em 2023, o preço dos veículos elétricos usados desceu 15% nos EUA e 8% na Europa, de acordo com dados da Autoscout24.
Esta tendência pode facilitar a mobilidade elétrica para aqueles que não podem comprar um veículo novo, mas também levanta preocupações sobre a depreciação destes veículos a médio prazo. Embora as regulamentações apontem para um futuro sem motores de combustão, o caminho para a mobilidade 100% elétrica será gradual. Pelo contrário, os veículos de combustão interna permanecerão em circulação durante muitos anos devido à sua fiabilidade e à resistência de muitos condutores à mudança.