Não há memória de um apagão desta magnitude na Península Ibérica. Como tal, as autoridades de Espanha estão empenhadas em perceber o que se passou, o que provocou um apagão tal que levou a que se perdessem em 5 segundos 15 gigawatts de energia. Hoje o governo espanhol revelou as três falhas de eletricidade segundos antes do apagão.
O apagão sintoma a sintoma
Num dia caótico, estranho e ainda por explicar, os portugueses, assim como os espanhóis (além de outros, mas poucos), ficaram literalmente às escuras. Afinal, a culpa do apagão é de Espanha… mas, afinal, o que se passou?
Para já, ainda sem resultados finais, foram apresentadas as três falhas na geração de eletricidade identificadas em Espanha segundos antes do apagão de 28 de abril. Segundo as autoridades do país vizinho, estas falhas ocorreram em Badajoz, Sevilha e Granada, no sudoeste e sul do país.
Já sabemos que as perdas de geração começaram em Granada, Badajoz e Sevilha.
Referiu a ministra com a tutela da energia no Governo de Espanha, Sara Aagesen, num debate no parlamento nacional, em Madrid.
Apesar de haver já alguma informação, a ministra reiterou que continuam a ser analisados milhões de dados fornecidos pelas operadoras do sistema elétrico espanhol para tentar perceber as causas do apagão inédito na Península Ibérica, que afetou todo o território continental de Portugal e Espanha.
Apagão teve origem em Espanha. Ainda se desconhecem as causas
Sara Aagasen, em linha com as autoridades de Espanha nas últimas semanas, disse hoje aos deputados que depois das primeiras análises, sabe-se que não foi “nem um problema de cobertura, nem um problema de reservas, nem um problema de tamanho das redes”.
A ministra acrescentou que para além das três falhas identificadas no sistema de geração em Espanha, “houve duas oscilações do sistema ibérico com o resto do continente europeu”.
No final da semana passada, a Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade (Entso-e) tinha já revelado que meia hora antes do corte de energia na Península Ibérica houve “dois períodos de oscilações de potência e de frequência na zona síncrona da Europa continental”.
“Não foi um problema de cobertura, não foi um problema de reserva, não foi um problema de tamanho das redes”, afirmou a ministra Sara Aagesen, citada pela “Europa Press”.
Pedro Sánchez não quer prometer (mais) nada?
O Governo espanhol criou uma comissão para investigar as causas do apagão, com a ministra a reiterar hoje que é um tema de “extrema complexidade”.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, disse há uma semana, também no parlamento, que levará tempo até haver uma explicação para o apagão, por ser necessário analisar 756 milhões de dados.
O apagão ocorreu às 11:33 de Lisboa (12:33 em Madrid) e foram identificadas três falhas de geração de eletricidade segundos antes no sul de Espanha (a primeira) e depois mais duas no sudoeste do país, segundo tinha já revelado anteriormente o Governo espanhol.
Sánchez prometeu na semana passada que o Governo vai “chegar ao fundo” deste assunto para saber o que aconteceu, “assumir e pedir responsabilidades políticas” e adotar medidas para que não volte a acontecer um apagão como o da semana passada.
Posso assegurar que tudo que for descoberto se tornará público”, afirmou, depois de dizer que o executivo espanhol “está plenamente consciente” de que os cidadãos querem saber o que aconteceu.
Disse o responsável pelo Governo de Espanha.
Há várias entidades a investigar o que poderá ter acontecido. Mas parece, contudo, que está excluído a hipótese de um ciberataque. No entanto, a justiça espanhola abriu um inquérito para apurar a possibilidade de um ataque informático ter estado na origem do corte de eletricidade.
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