A francesa UFC-Que Choisir apresentou uma queixa contra quatro grandes fabricantes de automóveis devido a um problema relacionado com os airbags dos seus carros.
Apelidado “escândalo dos airbags Takata” pela imprensa francesa, o problema afeta o setor automóvel desde 2014, e tem obrigado muitas fabricantes a imobilizar os seus veículos em todo o mundo para substituir o equipamento de segurança.
Devido a um gás que se degrada com o tempo, a humidade e o calor, estes airbags correm o risco de explodir, com risco de ferimentos graves ou mesmo mortais para os condutores e passageiros dos lugares da frente.
Recentemente, a UFC-Que Choisir apresentou uma queixa contra quatro grandes fabricantes de automóveis – BMW, Mercedes, Toyota e Volkswagen – pela forma alegadamente perigosa como lidaram com os airbags Takata.
A associação de defesa do consumidor francesa, que já tinha apresentado uma queixa contra a Stellantis, em janeiro, disse à Agence France-Presse (AFP) que a queixa por “práticas comerciais enganosas, engano agravado e perigo deliberado para a vida de terceiros” foi registada, na segunda-feira, pelo tribunal de Versalhes (Yvelines).
Num comunicado de imprensa, a UFC-Que choisir justifica que as recolhas de veículos organizadas por estes quatro grupos para substituir os airbags defeituosos foram “imprecisas, tardias e insuficientes, sob a única pressão mediática do escândalo”.
Fabricantes responderam à queixa apresentada pela associação francesa
Depois de a UFC-Que Choisir ter anunciado uma nova queixa contra a BMW, a Mercedes, a Toyota e a Volkswagen, na segunda-feira, as fabricantes de automóveis defenderam a forma como lidaram com a retirada de veículos equipados com airbags Takata defeituosos, em França.
É absolutamente errado dizer que não fizemos nada e que ficámos à espera da pressão dos meios de comunicação social.
Reclamou Ludovic Leguem, diretor de Comunicação da BMW França, em declarações à AFP, informando que a empresa realizou “29 ações de recolha no BMW Group, em França, desde 2013”, o que corresponde a 935.000 automóveis recolhidos.
Por sua vez, o Grupo Volkswagen França declarou, num comunicado enviado à AFP, que “no que diz respeito aos airbags Takata, a Volkswagen está a examinar e a atualizar as suas ações de recolha, conforme necessário, com base no seu programa de análise e em colaboração com as autoridades reguladoras competentes”.
Apesar de terem sido contactadas, as sucursais francesas da Mercedes e da Toyota não responderam de imediato.