A longevidade da bateria é uma preocupação comum para quem está a pensar em comprar um veículo elétrico (EV). A bateria é a peça mais cara de um veículo elétrico – a sua substituição pode, por vezes, ultrapassar o valor do veículo. Então, o que é que os condutores devem saber sobre as baterias antes de escolherem um EV novo ou usado?
Fatores que afetam a longevidade da bateria
As baterias costumam ter uma garantia do fabricante de 8 anos ou 160-000 km, conforme o que ocorrer primeiro. No entanto, isso não significa que, depois desse período, o automóvel só sirva para a sucata. Com o tempo e o desgaste da bateria, a autonomia do veículo elétrico diminui.
“A bateria de um veículo elétrico pode durar entre 10 e 20 anos, mas há vários fatores que influenciam esse prazo. Em países com climas muito quentes ou frios, as baterias degradam-se mais rapidamente do que em climas amenos. Ao comprar um EV usado importado do estrangeiro, é importante saber de onde veio – a sua origem pode ter afetado o estado da bateria”, afirma Matas Buzelis, especialista automóvel e Diretor de Comunicação da carVertical.
Embora um estilo de condução mais agressivo tenha um efeito mínimo na longevidade da bateria, muitos condutores não sabem como cuidar corretamente da bateria. Os fabricantes recomendam mantê-la com 20–80% de carga e evitar a utilização frequente de estações de carregamento rápido.
Substituir uma bateria pode custar mais do que o próprio veículo
Embora osEV tenham menos peças móveis e a sua manutenção seja tipicamente menos dispendiosa do que a dos veículos com motor de combustão interna, se uma bateria sofrer danos num acidente e tiver de ser substituída, pode custar um montante avultado. Dependendo do modelo do EV, a substituição de uma bateria nova pode custar cerca de 20 000–40 000 euros.
Alguns condutores optam por comprar baterias usadas para economizar nas reparações, mas mesmo as baterias de segunda mão mais baratas podem custar milhares de euros. Antes de comprar uma bateria usada, é importante ter o máximo de informação possível sobre o nível de desgaste, a capacidade real, e a autonomia da bateria.
Modelos mais recentes, como os da Tesla, registam essas informações automaticamente. Avaliar o desgaste de veículos elétricos mais antigos ou raros pode ser mais difícil, mas estão a surgir cada vez mais soluções de diagnóstico do estado da bateria. Antes de comprar um automóvel, também é possível marcar uma inspeção com o proprietário do mesmo. Caso contrário, o comprador corre o risco de adquirir uma bateria danificada, incapaz de garantir longas distâncias.
EV incendeiam-se com menos frequência do que veículos com motor de combustão interna
Muitas pessoas que consideram a hipótese de adquirir um veículo elétrico preocupam-se com a segurança da bateria. É que na Internet circulam várias histórias de baterias que se incendeiam – muitas vezes, estas notícias desencorajam potenciais compradores.
Embora nenhum veículo esteja completamente imune ao risco de incêndio, especialmente após um acidente grave, Buzelis afirma que é um mito pensar que os veículos elétricos podem inflamar-se espontaneamente.
“Vários estudos mostram que os veículos elétricos pegam fogo com menos frequência do que os veículos a gasolina ou a gasóleo. No entanto, apagar um incêndio num EV pode ser mais complicado. Muitas pessoas continuam a mostrar-se reticentes em relação aos veículos elétricos e partilham conteúdos controversos sobre os perigos que estes veículos podem representar, o que gera frequentemente a impressão de que não são seguros”, explica Buzelis.
Como cuidar da bateria de um veículo elétrico para prolongar a sua vida útil?
Dado que as baterias dos VE são muito sensíveis às variações de temperatura, é aconselhável estacionar o veículo à sombra no verão e numa garagem aquecida no inverno. Ao contrário dos veículos com motor de combustão interna que utilizam o calor do motor para aquecer os passageiros, os EV dependem apenas da energia da bateria.
A eficiência dos motores elétricos é, pelo menos, o dobro da dos motores de combustão interna e, em muitos casos, a taxa de eficiência excede os 80–85%. Como o motor elétrico gera pouco calor durante o seu funcionamento, a autonomia de um veículo elétrico diminui significativamente no tempo frio.
Tanto a descarga completa como o carregamento a 100% podem danificar as baterias dos EV. Alguns fabricantes limitam os níveis de carga, impedindo os veículos de carregar a 100% ou descarregar por completo. Assim, deve-se evitar que o veículo elétrico fique com a bateria completamente vazia ou cheia por muito tempo. Quem tem estação de carregamento em casa deve manter o automóvel ligado para que o nível de carga da bateria se regule automaticamente, mantendo-a em 80%.
Até mesmo fatores como acelerações e travagens bruscas podem afetar a longevidade da bateria, portanto, uma condução suave beneficia o veículo.
Estudos mostram que a autonomia de um veículo elétrico pode diminuir 1–3% por ano. Embora os fabricantes garantam que a bateria não precisa ser substituída durante a vida útil do veículo, a verdade é que um EV mais antigo tende a ser menos eficiente, com a autonomia significativamente reduzida.
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