A Tiberius Aerospace revelou esta semana o Sceptre, um míssil de artilharia de baixo custo equipado com statorreator, capaz de atingir alvos a 150 quilómetros, com uma precisão cirúrgica de menos de 5 metros.
A indústria de armamento assistiu a um verdadeiro abalo tecnológico com a apresentação deste novo míssil revolucionário.
A empresa norte-americana, fundada em 2022 e até agora discreta, revelou finalmente ao mundo o Sceptre TRBM 155HG, um projétil de artilharia que combina tecnologia ramjet (statorreator) com inteligência artificial, prometendo alterar profundamente os equilíbrios no campo de batalha moderno — tanto pelas suas capacidades como pelo preço altamente competitivo.
Um míssil com statorreator que redefine a artilharia moderna
O Sceptre tem mais o aspeto de um pequeno míssil do que de um obus tradicional. No entanto, pode ser disparado a partir de qualquer canhão de artilharia de 155 mm padrão da NATO.
O seu diferencial é o motor a jato sem partes móveis, ativado após a saída do canhão, e alimentado com combustível líquido (diesel, JP4 ou JP8). Este motor permite-lhe atingir velocidades supersónicas de Mach 3,5 (cerca de 4 200 km/h).
Graças a esta tecnologia, o projétil atinge altitudes superiores a 20 000 metros, fora do alcance de sistemas de interferência eletrónica.
A essa altitude, percorre até 150 km — o triplo do alcance de um obus convencional — e atinge o alvo com elevada precisão.
O sistema de guiamento combina GPS, navegação inercial e inteligência artificial, garantindo uma margem de erro inferior a 5 metro, quando a artilharia tradicional ultrapassa os 100 metros. Além disso, várias munições podem comunicar entre si durante o voo, ajustando rotas e coordenando ataques.
Preço e conceção que tornam o Sceptre uma exceção
O verdadeiro trunfo da Tiberius Aerospace está no custo: menos de 50 mil euros por unidade, ou seja, dez vezes mais barato do que um míssil GMLRS equivalente (cerca de 500 mil euros). Esta diferença poderá transformar doutrinas militares e democratizar o acesso a ataques de precisão a longa distância.
Inspirada nos métodos da Silicon Valley, a empresa aplica ciclos rápidos de desenvolvimento tecnológico civil à defesa. O resultado é um sistema modular e evolutivo, com apenas 25 componentes únicos, capacidade de armazenamento até 20 anos e reabastecimento no terreno. É um modelo comparável — ainda que de forma simplificada — ao dos foguetões da SpaceX de Elon Musk.
O módulo de orientação integra as funcionalidades de orientação, piloto automático e navegação numa única unidade. Este módulo controla 4 aletas montadas que fornecem orientação e controlo em voo. O sistema de orientação é ativado no lançamento e as antenas GPS adquirem rapidamente os veículos-satélite (SVs) mais adequados para a navegação através de um processo designado por arranque a quente. Após a interrupção inicial da solução de navegação devido ao ambiente de alto-choque, este processo minimiza o Time-To-First-Fix (TTFF) com a aquisição rápida do sinal GPS.
Os primeiros testes reais nos EUA validaram o conceito, e a empresa espera obter certificação operacional no último trimestre de 2025. Segundo o fundador e CEO, Chad Steelberg:
A nossa missão é fornecer sistemas de armas de nova geração com capacidade excecional, precisa, em grande escala e eficaz.
Uma ambição que poderá marcar a entrada definitiva da artilharia no século XXI.