Dieselgate: quatro antigos diretores condenados por fraude

Dieselgate: quatro antigos diretores condenados por fraude

Cerca de 10 anos depois, um tribunal alemão condenou quatro antigos diretores da Volkswagen por fraude, aplicando a dois deles penas de prisão pelo seu papel no escândalo Dieselgate.

O Dieselgate rebentou em 2015, quando a Agência de Proteção do Ambiente dos Estados Unidos emitiu um aviso de infração, afirmando que a Volkswagen tinha manipulado o software de controlo do motor, permitindo que os carros a gasóleo passassem nos testes de emissões, embora emitissem muito mais poluição durante a condução real.

Desde aí, a empresa já pagou mais de 33 mil milhões de dólares (cerca de 29 mil milhões de euros) em multas e indemnizações aos proprietários de veículos.

Além dos dois gestores da Volkswagen que foram condenados a penas de prisão nos Estados Unidos, o antigo diretor da divisão Audi da empresa, Rupert Stadler, foi condenado a uma pena suspensa de 21 meses e a uma multa de 1,1 milhões de euros – segundo o The Guardian, esta última sentença ainda é passível de recurso.

 

Condenações pelo Dieselgate continuam

Entretanto, quase 10 anos depois, o tribunal de Braunschweig, na Alemanha, condenou quatro antigos diretores da Volkswagen por fraude e aplicou a dois deles penas de prisão pelo seu papel no escândalo.

Todos os arguidos podem recorrer das seguintes sentenças:

  • O antigo diretor de desenvolvimento Heinz-Jakob Neusser recebeu uma pena de prisão suspensa de um ano e três meses, de acordo com a Bloomberg.
  • Um antigo responsável pela eletrónica de acionamento, designado apenas por Hanno J, foi condenado a dois anos e sete meses de prisão, segundo a imprensa alemã.
  • A pena mais pesada, de quatro anos e seis meses, foi atribuída ao antigo diretor do desenvolvimento de motores diesel, Jens H.
  • O quarto arguido foi condenado a uma pena suspensa de um ano e 10 meses.

A serem julgados desde 2021, os quatro condenados deveriam ser inicialmente ouvidos com o antigo diretor-executivo da Volkswagen, Martin Winterkorn, que negou ter cometido qualquer infração.

Contudo, o processo contra ele foi suspenso devido a problemas de saúde e não é claro quando poderá ir a julgamento.

Paralelamente, na Alemanha, estão em curso outros processos contra 31 suspeitos. Segundo a Volkswagen, num comunicado, “os processos no tribunal de Braunschweig são contra indivíduos” e “não têm consequências significativas para os processos nos tribunais civis em que a Volkswagen está envolvida” relacionados com o escândalo.