Num momento conturbado para as fabricantes de automóveis, ajustes são necessários e, por vezes, estes implicam despedimentos. Recentemente, a Porsche e a Volvo anunciaram milhares de cortes nas suas forças de trabalho.
Perante um futuro incerto, recheado de concorrência, consumidores mais exigentes e medidas que nem sempre facilitam, as fabricantes têm procurado formas de ajustar a sua estratégia, com as soluções a passarem, muitas vezes, pelo corte de funcionários.
A seguir o exemplo de outras empresas que já anunciaram despedimentos, como a Volkswagen, que informou que planeia reduzir mais de 35.000 postos de trabalho na Alemanha até 2030, estão a Volvo e a Porsche.
As duas empresas argumentaram que os cortes se devem a desafios.
Porsche e Volvo estão a reajustar as suas estratégias
Por um lado, a Porsche, que anunciou um reajuste estratégico, motivado pela “fase de transição significativamente mais longa” para a mobilidade elétrica.
Tendo em conta a adoção mais lenta do que o previsto dos modelos elétricos pelos consumidores, a Porsche irá oferecer mais veículos com motores de combustão e grupos motopropulsores híbridos plug-in.
A empresa anunciou igualmente um “realinhamento das atividades no domínio das baterias”.
Por via de um “vasto programa de redução de custos e de redimensionamento”, a empresa irá cortar cerca de 3900 postos de trabalho até 2029. A par deste, planeia, também, explorar formas de se tornar” ainda mais eficiente a médio e longo prazo”.
O mundo mudou […] estamos a viver uma tempestade feroz.
Disse Oliver Blue, diretor-executivo da Porsche, partilhando que “aceitamos o desafio; temos um plano; estamos a agir; e não estamos a perder tempo“.
Por outro lado, a Volvo, que revelou uma série de cortes como parte de um “plano de ação de custos”, anunciado anteriormente. O último esforço prevê a eliminação de cerca de 3000 postos de trabalho mundialmente.
As ações anunciadas hoje foram decisões difíceis, mas são passos importantes à medida que construímos uma Volvo Cars mais forte e ainda mais resistente.
Partilhou o diretor-executivo da Volvo, Håkan Samuelsson, acrescentando que “a indústria automóvel está a atravessar um período difícil” e “para enfrentar esta situação, temos de melhorar a nossa geração de fluxos de caixa e reduzir estruturalmente os nossos custos“.
Conforme citado, a fabricante de automóveis afirmou que os cortes “afetarão principalmente as posições baseadas em escritórios na Suécia e representarão cerca de 15% do total da força de trabalho baseada em escritórios globalmente“.
Nos números anunciados pela Volvo incluem-se aproximadamente 1000 consultores e 1200 funcionários, na Suécia.
Os despedimentos estão previstos para o outono e a empresa espera que os custos de reestruturação mais recentes totalizem até 138,5 milhões de euros.
As reduções anunciadas pelas duas empresas resultam dos desafios do mercado, que estão a exigir que as fabricantes se adaptem para prosperarem.