Jovens não têm dinheiro para comprar carros, alerta o diretor-executivo da Renault

Jovens não têm dinheiro para comprar carros, alerta o diretor-executivo da Renault

O diretor-executivo da Renault tem sido muito vocal em relação aos problemas da indústria automóvel, destacando principalmente o preço associado aos modelos atuais. Agora, mencionou as gerações mais novas, dizendo que, apesar de até poderem querer um carro, os jovens “não têm condições financeiras para comprá-lo”.

As intervenções públicas de Luca de Meo entregam, na maioria das vezes, insights relativos à indústria automóvel, com o diretor-executivo da Renault a explorar muitos dos problemas que ela enfrenta.

Além de explorá-los, o executivo aponta potenciais soluções estratégicas, como o “Plano Marshall” europeu, que sugeriu em 2024, numa carta pública dirigida ao Parlamento Europeu.

Entretanto, mais recentemente, na apresentação do seu livro Sentimental Dictionary of the Automobile, no qual escreveu sobre alguns dos momentos mais nostálgicos relacionados com o mundo automóvel, Luca de Meo voltou a fazer-se ouvir.

As pessoas lembram-se dos carros que tiveram e identificam-nos com fases da vida. Não se pode perder essa dimensão emocional.

Neste sentido, mencionou o regresso dos icónicos Renault 4 e Renault 5, nas suas versões elétricas e modernizadas.

Para de Meo, estes são o reflexo da oportunidade que a Europa não pode desperdiçar: “Sabemos fazer carros com alma e história; temos o ponto da emoção; mas precisamos de um mercado que possa comprá-los”.

 

Incerteza em relação ao futuro afasta as pessoas dos carros

Perante a audiência da apresentação do seu livro, em Barcelona, o diretor-executivo da Renault, focou-se nos jovens:

Não é que os jovens não queiram um carro. Eles continuam a amar o automóvel, a prova é que mais de 80% das deslocações são feitas de carro. [Mas] sem uma classe média forte, não há indústria automóvel. Temos de fazer veículos acessíveis, criativos e atraentes para os jovens. Carros que as pessoas possam pagar… E que nos permitam ganhar dinheiro.

Na perspetiva do executivo da Renault, citada pela imprensa, é a incerteza relativamente ao futuro que está a impedir o investimento num carro novo.

Bruxelas tem de tomar decisões. Se houvesse um mercado 25% maior, não estaríamos assim. As pessoas têm medo do futuro e, por isso, poupam. Esse dinheiro deve voltar para a economia.

No evento, não faltou mencionar o esforço que as fabricantes reclamam fazer para corresponder à legislação europeia.

Se forem implementadas as mais de 100 regulamentações que temos, o Clio passará a custar 40% mais. O cliente não poderá comprá-lo.

Disse de Meo, falando ainda dos modelos movidos a bateria: “Dizer que os carros elétricos são aborrecidos é uma tolice; fazer drifting num Renault 5 turbo é incrível”.

 

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